terça-feira, 8 de julho de 2008

As doçuras dele

Querida Natalinda,
Quando fiquei sabendo que o Cees Noteboom vinha pra Flip, quase tive um colapso. Lembra de como eu amei o livro dele? Tá sempre na minha cabeça.Quando me dá uma saudadezinha da Espanha, a primeira coisa que eu faço é pegar o livro e dar uma olhadela. Bueno. Estamos lá em Paraty, depois de noitadas e muitas “maria Isabel”, com a entrevista dele marcada pro domingo, último dia. Nata, me deu um pânico. “ E se ele me achar uma tonta? Inexperiente? Burra? ”. A gente é fogo né? Sempre precisa de um colo jornalístico. Mas aconteceu uma coisa que foi recorrente nessa edição da FLIP. Uma coisa meio mágica. Eu chamo isso de “sentimento -nena”. Explico. Quando eu e a Nanas estávamos aí, os catalães grossos, apressados e neuróticos, ficavam tomados por um grande sentimento de ternura quando viam duas meninotas viajantes, sabe? Luego venían a decir: “Buenos días, nenas” “Como puedo ayudarte, nena?” “Hola Nenitas!”. Isso contou super a favor na nossa viagem. Voltando a Paraty, dei sorte de a fotógrafa que foi com a gente ser uma “nena” tbm. 1,50 de altura, fofa e coisa e tal. Então andava eu e ela pra baixo e pra cima e as pessoas acabavam por se sensibilizar com a gente. O mesmo aconteceu com o Cees. Na hora em que ele me viu, toda meio-nena, desarmei o vovô. E a conversa correu maravilhosamente bem. Logicamente ele me perguntou de vc. Disse que pensou “On that beatiful and brave girl” quando escreveu Paraíso Perdido. Aí quando eu contei que vc estava morando da Espanha... ele sorriu um tipo de sorriso que só os escritores sensíveis têm. E me disse que vai para a casa onde ele escreve “ numa ilha perdida na Espanha”. Ele convidou nós duas: “Fale com a Nataly e apareçam lá em outubro para comer e beber conosco”. Depois conversamos durante meia hora. Ele me contou das viagens, das histórias engraçadas, dos casamentos. Você acredita Nata, que quando ele era jovencito, se apaixonou por uma menina do Suriname e passou meses trabalhando de marinheiro em um navio só para conquistar o sogrão e pedir a mão dela em casamento? Dessa história nasceu o segundo livro dele que chama: “Prisioneiro apaixonado”. Olha que buuuuniiii!!! No fim, me disse: “é uma pena que tenhamos que terminar a entrevista”. No autógrafo do meu livro, desenhou uma florzinha - coisa de nena. E disse para a Joana, da Cia das Letras: “Nossa, ela é tão novinha e já é tão importante”. Ah... se ele soubesse...
:)
Saudas.
Amote querida
Besote.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nena! Que lindo amiga.
Olha não ia falar nada, mas fui euzinha que deixei escapar que te chamo de flor de raposa, e ele pum! Sapecou uma no seu autógrafo. Jeje.
Amiga não vou pra Menorca sem vc e o Cees!Ele podia escrever outro livro, agora, falando da Baleares...
Que te parece Cees...
Mil beijos
nata

Pedro Venceslau disse...

Marilia...
Como deve estar seu coração meio corintiano...É que nesta terça, pela série B, tem Corinthians X Marília...ao vivo pela Tv.