terça-feira, 31 de março de 2009

Então tá, então

"Hola meninas, tudo bem?
Meu nome é Iker Casillas e eu sou o goleiro da seleção da Espanha".
Tá bom pra vocês?
Nata, posso me aboletar na sua casa pra ver o chuchuzinho do Casillas jogar no Camp Nou?
besote a mis trocitos de pan

quinta-feira, 26 de março de 2009

Nunca mais será a mesma

Querida Natalinda,
Estava aqui pensando com meus botões. Paris nunca mais será a mesma. Já pensou a gente lá? Me dá dó de pensar nos franceses com aquela melancolia sartriana, perto da nossa brasilidade nagô, né? Eles andando pelos Jardins de Luxemburgo, fumando loucamente pensando: “ merde! je suis fatigué de survivre”. Enquanto nós cinco vamos estar maluquetes, loucas pra tomar uma tacinha e perambular pelas ruelas do 5 éme. Olha, já avisei o Chico Buarque que a gente vai. Mandei um e-mail, dizendo: “Chiquito, acredita que nós vamos pousar em Paris ? Pode tratar de levar a mulherada para experimentar aquele sorbet de citron que vc adora”. Ele ainda não respondeu, mas certamente vai levar a gente pra conhecer algum cantinho especial.
Mas Nata, me promete uma coisa? Vamos andar de metrô e cantar “Pigalle” ? E atirar pedrinhas no Canal Saint-Martin como Amélie Poulain? E parar para ver algum filme antigo naqueles cineminhas do século passado?
Sabe quem também se empolgou com a ideia? A Juliette Binoche. Menina, ela grudou em mim. Desde que eu fiz uma mini entrevista com ela por conta do ano da França no Brasil, ela não larga do meu pé! Já falei que a gente vai visitar ela, desde que ela conte algum segredo pra gente. Imagina que legal saber algum segredo da Juliette Binoche ? Vou perguntar pra ela se o Jonnhy Deep beija bem. Porque sou humana e mulher e tenho direito de saber isso.Mas até lá, vc me manda notícias da Índia? Me conta dos bicos dos corvos de Chennai e me ensina a fazer aquela dancinha que a Juliana Paes faz na novela?
Lobby so much.
à bientôt,
Mazi

terça-feira, 24 de março de 2009

MONOTEMA: agora é Paris até a viagem

Lês Champs! Que champs? Lês Champs Elysées!
... aí a gente ia adiando os programas turísticos mais óbvios. Optamos por conhecer dois museus diferentes, a passar o dia vagando por ruelas e livrarias da margem esquerda. A margem direita era muito luxuosa, mas muito fria tbm. Faltava gente, cantinhos, coisitas charmosas. Aí depois de alguns meses ali, bateu aquela coisa: ‘ puts, todo esse tempo aqui e nem fomos para margem direita, nem no arco do triunfo!’. Aproveitamos o impulso da culpa turística e o fato de que tinha uma expo interessante no Palácio de La Découverte, no comecinho da Champs Elysées. Fazia um frio glacial e nos debandamos pro lado de lá.
Quando saímos da exposição já estava escuro. Aí euzinha olhei para aquela avenida toda iluminada. Luzes crescentes até chegar ao arco do Triunfo. “Aham, tá, esse é o momento de fingir que vc é a Deneuve”, pensei eu. Aí pintou aquele sentimento que rola em algumas viagens. Alguma coisa - inexplicável - preencheu a Marilita de uma forma inexplicável também. Entramos numa loja chiquérrrrrrrrrrrrrrima de óculos escuros. Cada óculos, a bagatela de uma casa. Mas tudo bem: “hoje eu sou a Catherine Deneuve, vou provar todos”. Provamos todos os tamanhos, cores de lentes e fiz pose de atriz francesa naquele espelhão. Puro luxo na avenida mais visitada do mundo. Lógico que deu uma pane no sistema e no final da noite eu tinha certeza que eu era, SIM, a Deneuve e que eu podia, SIM, gastar 15 euros num bombom inteiro desenhado, feito filigrana. Afinal, euestouemparisepossotudoqueeuqueroeolhaesselugar! Loucura curada com pés cansados e vinho barato da casa - de volta à margem esquerda.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Mais Paris


Gente, não é a coisa mais BUNI ?

Gracias, pela dica, minha florzinha Ralston.

quarta-feira, 18 de março de 2009

terça-feira, 17 de março de 2009

A tal da sustentabilidade

-E o que vc precisa?
-De uma anestesia.
-Geral?
-Não, local mesmo?
-Onde?
-No coração.
-Qual deles?
-O doente.
-O esquerdo?
-Não, aquele ali, murchinho...
-Mas se tá murchinho, pra que anestesiar?
-Pra não sentir dor na remoção.
-Vc vai remover esse coração?
-Mas porque? ele tem tanta história, tanta lembrança, é muita coisa pra tirar daí
-Justamente. Porque agora vem um novinho. Mas limpinho do que fone de ipod novo. Parece que tem uma blindagem, uma membrana à prova de bala
-Ah é?
-E onde vc conseguiu esse?
-Hum. É raro, sabe? Esse eu ganhei, na verdade. Minha vó já tinha encomendado um pra mim.
-Ah pôxa, eu tbm quero um coração novo.
-É... não é pra qualquer um, não.
-Parece que a cirurgia de remoção dói muito. Mais do que parto.
-E daí, eu aguento a dor ?
-Aguenta? Até parece. Não existe dor maior do que abrir mão de um coraçãozinho marcado.
-Sério?
-É o que dizem por aí...
-Puxa... também queria uma renovação.
-Olha, parece que terapia dói bem menos, e vc aprende a reciclar o coração. E vc sabe, nesse mundo sustentável de hoje, não é bom desperdiçar coração por aí...

Paris

Quando fomos para Paris, já estava cansada de viajar. Cansada no bom sentido, claro. Já tínhamos completado 8 meses longe do Brasil, com mochila nas costas, calças rasgadas de tanto andar, a unha sem fazer, o cabelo sem cortar, alguns (bons) quilos acima do peso e uma saudade difícil de encaixar na rotina. Enfim, cansadas. Mas Paris não perdoou. Com carrosséis e os 140 tipos de queijo. Por mais que eu tentasse ficar em casa, não deu. E foram alguns meses assim - sem parar. Porque a cidade não termina. Eu mesminha - com todas as minhas neuroses de ‘tenho que aproveitar até a última gota’- não consegui fazer tudo que eu queria. Porque é muito gostinho de tarte au citron. 2 séculos para erguer a Notre Dame e o Le Monde estampando notícias das atrocidades mundiais. A rasgação de seda é tanta, que fica difícil não cair nos lugares comuns. Mas cada um tem a sua Paris. A minha é incrível: tem cheiro de pão, livraria da TASCHEN, pés cansados e um ar inebriante de vinho. Uma certa melancolia, talvez. O frio e o fio de sol naquele rio. As histórias são inúmeras: que Hitler não teve coragem de bombardear a cidade porque estupefacto com a beleza construída ; que Picasso e Modigliani já saíram na mão pelas ruas de montmartre; que o FRANCISCO Buarque de Hollanda mora ali, na île de Santi Louis e adora tomar café no de Flore. E maio de 68 e o romance todo atrapalhado e interessante de Sarte com a Beauvoir. Não tem fim. E só porque eu vou dar um pulinho lá e porque quero que minhas férias comecem antes... é aqui mesmo pessoal.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Rapidinhas do final de semana

1- Rodrigo Amarante é sexy.
2- “Móveis Coloniais de Acaju são o Beirut brasileiro” - frase do primo que diz tudo. Melhor show.
3- Amigos antigos ás vezes são chatos.
4 - “Wagner Moura não é fofo, é poderoso” - frase da Nilds que resume a dançadinha que levou a mulherada à loucura no show no sábado.
5- Roberto Bolaño rocks.
6 - Sobrinha bochechuda é algo que todo mundo merece ter.
7 - Revelação atrasada: tecla SAP para assistir filmes românticos no TNT.
8 - 25 mulheres levando um baile em termos de “como se dar bem num relacionamento” de uma Drag Queen muito simpática, em um chá de lingerie. Não, não é ficção, isso aconteceu e foi divertidíssimo.
9 - Ronaldão - não podia ficar de fora, né?

quarta-feira, 4 de março de 2009

Your turn

Vai coração mole. Esquece o vira-lata, canção desnaturada, ressaca de beijo e de perdão. Vai coração mole. Vira essa página, dispensa a camiseta rasgata, os berros chorosos, aquele batom no espelho. Anda, coraçãozinho mole. Aprende uma música doce e coloca no trem da vida todo veneno jorrado de graça. Coração burro, repetitivo. Tritura essas cartas, vai. Muda os filmes e deixa de lado presente por presente. Molenga, esse coração, mesmo. Tira de uma vez esse sapato do armário, o vaso com flores secas, o risco que ficou na parede com o porta retrato quebrado. Coração surdo. Se não pode gritar, limpa logo essa sujeira. Passa tinta verde por cima. Ou azul. Mas é você, coração mole, quem escolhe a cor. Dessa vez, é você.

Mumunhas

É que ele nunca se interessou pelo espetáculo das rupturas. E tem um jeito de quem mantém a fé em uma felicidade. É de uma graça inesgotável, meu querido. Fala manso, doce. Olhos verdes que crescem com a música das risadas que espalha. Ele não é escravo dessa tirania da diversão, porque possui qualidade de riso. E tece, todos os dias, os fios dourados dos meus sonhos.