sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Sobre mulheres poderosas

Como eu imaginava, meu post sobre a Madonna gerou um nani de polêmicas. E até comentários (ups) mal -educados. Amores, sou uma panda manhosa. Sem agressões, tá?
Voltando a discussão, eu adorei o show da Madonna ontem. Foi ótimo, super espetáculo. Mas continuo firme nos meus argumentos. E para ilustrar o que eu - Florzinha de raposa- acho que é uma mulher poderosa DE VERDADE, fiz uma lista. Foi difícil eleger, mas aqui está.
Maga mestra
Difícil definir ela, né? Quem já leu, sabe. Não vou fazer maiores comentários.

Eva Yerbabuena
Uma Carmen pura. Musa do flamenco contemporâneo. Peque, linda e inteira. Os bracinhos no ar e a força dos tacones no chão é tão sinestésico que é impossível tirar os olhos dela.
Simone de Beauvoir
Ah gente, e depois as pessoas me falam que a Madonna é feminista? Faça-me o favor...
Não que eu tenha lido muito dela, mas só no tête-a-tête já deu pra sacar que ela pensava muiiiito além do seu tempo.

Marlene Dietrich
Quando assisti "O Anjo Azul" fiquei ultra impressionada com a capacidade de sedução dela. Sem fazer quase nada, ela era completamente cativante, sem um pingo de vulgaridade. Além disso, ela lutou contra o nazistas na segunda-guerra.

Marieta Severo
A mulher além de linda, culta e autêntica ... casou com Francisco.

Elis Regina
To em fase de amor com essa pandinha. Não aguento que ela com 1,40 dominava o palco daquela maneira. Voz poderosa, presença poderosa, inteira poderosa.

Maria Callas
Vi alguns vídeos dela recentemente com meu pai. Chorei de emoção. A coisa é tão viceral - não só a voz, mas a expressão do rosto, os gestos da mão, a graciosidade... de arrepiar.

Ayaan Hirsi Ali
Tinha que ter uma pitadinha engajada né? Essa escritora é jurada de morte porque luta contra as violências sofridas pelas mulheres mulçumanas. Tá tudo registrado no livro "A infiel".

Anouk Aimée
Pra mim ela é uma das mulheres mais lindas. E tem aquele ar de "atriz francesa", meio blasé, meio Paris, meio inteligente. Quando assisti " um homem e uma mulher", fiquei encantada com ela.
***
Perto dessa lista0, a Madonna com seu jeitinho "sweet", de meia -arrastão e falado "I love Brazil" me pareceu um pouquinho superficial. Mas é só um nani, tá?

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Para apimentar o blog

Booooooooooooooooode da Madonna. Assim ... nada pessoal, vou ao show hoje, me mato com as minhas amigas dançando "like a prayer". Mas com´ on! Que overdose! Nunca vi a cobertura de 11 shows da mesma mulher. Não agüento mais ler que Madonna escorregou, que ela usa 200 espumas de blush, que tem um avião, uma tonelada de assistentes, só fala com 13 pessoas e... CANTA EM PLAYBACK. Como assim? Toda aquela ginástica, aquele fôlego, aquele braço malhado de "Rocky 3" e cantar que é bom (ela é cantora, né?), ela não consegue, usa playback? Isso é o ápice. Fora, que me irrita essa coisa de que a Madonna é vanguarda, quebrou ícones, mudou paradigmas e blablablá. Ela é só mais uma loira do gênero sexy- vulgar americana. Tirou a roupa na década de 90 e hoje finge (desculpa, é fingimento) que é zen e pratica cabala. Ninguém que é zen faz as exigências bizarras dela ( a mulher veio com 3 sósias? Nem o Saddam Hussein tinha tantos ). Ninguém que é zen, alternativa e luta pela sustentabilidade do mundo, faz um show que gasta essa quantidade de energia. O mais incrível é notar a reação das pessoas quando vc faz essas críticas numa mesa de bar. Falar mal da Madonna é praticamente uma heresia. E todos os gêneros, viu? Até alguns “miles” acham que ela um fenômeno interessante. Eu particularmente acredito que a "Madge", rainha do pop, deusa das bibas, whatever é uma grande performer. Música boa pra animar festa. O resto é exagero de jornalista ( ok, mini momento ombudsman).

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Cadeira Vazia

Composição: Lupicínio Rodrigues e Alcides Gonçalves
Entra, meu amor, fica à vontade
E diz com sinceridade o que desejas de mim
Entra, podes entrar, a casa é tua
Já que cansaste de viver na rua
E os teus sonhos chegaram ao fim
Eu sofri demais quando partiste
Passei tantas horas triste
Que nem quero lembrar esse dia
Mas de uma coisa podes ter certeza
O teu lugar aqui na minha mesa
Tua cadeira ainda está vazia
Tu és a filha pródiga que volta
Procurando em minha porta
O que o mundo não te deu
E faz de conta que sou teu paizinho
Que tanto tempo aqui ficou sozinho
A esperar por um carinho teu
Voltaste, estás bem, estou contente
Mas me encontraste muito diferente
Vou te falar de todo coração
Eu não te darei carinho nem afeto
Mas pra te abrigar podes ocupar meu teto
Pra te alimentar, podes comer meu pão.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Top do ano

* Exposição da Beatriz Milhazes na Pinacoteca
* Wagner Moura
* Chilique de Penélope Cruz no Vicky Cristina Barcelona
* A volta da luzinha Ralston
* Saladinha no La Perô
* Show da Macy com guarda -chuva e vinho no parque Villa Lobos
* Terra Vermelha - o filme
* Bambas da New Order.
* Caloi e o jogo do Corinthians
* Wagner Moura
* Havanette argentino
* "CELEBRATE WE WILL" - Show do Dave Matthews
* A recuperação de Valentín
* Casa nova
* Elba Ramalho cantando "Palavra de mulher"
*Iraaaaaaaaaaaaaaaan
* CQC
* Ines Pedrosa na Flip
* Sambão da Rooselvet
* Wagner Moura
* A peça "A muher que ri"
* Cameron Diaz cantando The Killers
* Aula-show do Wisnik
* Seleção brasileira feminina de Voley
* Lemmon Tree - o filme
* Zapatero na Espanha
* Florzinhas no cabelo
* Capitu
* De verdade - Sandor Marái
* Festa de Oxum
* Perfil do Caseiro - João Moreira Salles na Piauí
* Wagner Moura
* Blogueiras : Ju Dantas, Marina Morena, Renata Megale.
* Café da manhã da Deli Paris
* Barraquinha africana da benedito Calixto.
* "Elephant gun" - Beirut
* MAFALDA

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Bonitão

Meninas, passeando pela editoria de esporte a gente se depara com essas coisas, né?
Prazer, Pep Guardiola, o treinador do Barcelona é essa coisinha lindinha.
Só pra começar bem a semana, tá?

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Os "Miles"

Dizem as sábias mulheres que inteligência é afrodisíaco. É verdade que nós, diáfanas, não resistimos a um homem que tem conhecimento. Aquele que sabe datas, nomes, entende de futebol à música clássica- com senso de humor. Aquele que, enfim, presta atenção nas coisas , nas pessoas e invariavelmente, em você. Ahhh... que maravilha é ir no cinema com alguém que sabe apreciar o negócio. E ganhar um livro de quem entende o que lê. Mas se existe um gênero de homem inteligente que peca na questão afrodisíaca é o “Miles”. Trata-se daquele homem - ou menino, depende do caso- que esbanja arrogância. Enche a boca para falar de “Miles Davis”, mas não presta atenção em nada do que vc fala. Porque, na opinião dele, você está ali para coadjuvar. Normalmente acha que sim, ele é O cara, O conhecimento personificado, A enciclopédia e claro, O gostoso. Há que tomar cuidado com esse tipo: os Miles não são tão óbvios de se identificar assim, ás vezes vc só vai perceber isso lá pelo 4ºencontro. Mas existem sinais muito claros e bem significativos:
- A obveidade - Os Miles, para começo de conversa, são muito pouco supreendentes. E, apesar da pose, têm um gosto muito restrito e fechado. Façam o teste, é impressionante. Em música, por exemplo, só existe Bob Dylan. Em poesia, Maiakóvski, em pintura, Pollock e em cinema, Godard. O resto, para eles, é perfumaria, futilidade ou ... cópia.
- Os manifestos - Miles a-d-o-r-a-m um “ismo”. Dadaísmo, Cubismo, Chavismo. Não importa, manifesto é com eles mesmo. O que está escrito, nem sempre eles sabem ou concordam, mas curtem essa coisa do Movimento, sacô?
- A luta de classes - A razão de tudo, para um Miles, é... a luta de classes. Sem entrar no mérito político, nem nada. Mas pô, que coisa chata. O cara não acredita em psicanálise porque a razão das doenças psiquicas é a luta de classes, não acredita em astrologia porque a razão dos fenômenos é a luta de classes, não tem espiritualidade nenhuma, porque a luta de classes que causa a nossa dependencia da regilião. Puts, que falta de romantismo. Ah sim, claro. Não há amor hoje em dia, por causa da luta de classes.
- Vanguardas - Adoram tudo que é vanguarda. Como não temos mais vanguardas como antigamente, eles usam de conceitos bizarros para justificarem os gostos bizarros. Se vc convesar com um Miles radical, ele vai dizer que Mamonas Assassinas e o programa do Pânico são extremamente vanguardistas e revolucionários em termos de estética - gente, dá pra levar a sério?
-Complexo de Jean- Paul Belmondo - O maior defeito do Miles, na minha opinião é o umbigo. Como eles acham que estão atuando em um filme do Truffaut, têm complexo de ator francês : acham bonito fumar cachimbo, olhando para o infinito, ouvindo Miles Davis e sempre sofrer de alguma melancolia existencial . E você fica ali, de coadjuvante da mini-deprê falseta dele.
- Risadas irônicas - mores, fujam. Isso traduz: vc é bonitinha, mas não passa de uma patricinha. Quer coisa mais irritante?
- As Miles - Perto de um Miles, sempre existe umA Miles. Alguma menina, ou mulher -depende do caso- que compactua com TUDINHO que ele diz. Não questiona, não discute, é uma Amélia enrustida. Porque apesar de aceitar ser sombra dele, não perde a pose de "sou estudante da usp e entendo de folclore brasileiro e de realidade social". Nada contra - é tudo uma questão de pespectiva.

***
Mas a verdade é que quando um Miles não é Miles de essência, é uma delícia. São homens inteligentes que sabem usar do conhecimento sem abusar de arrogância. Têm humor e uma malícia própria de quem gosta da vida, das pessoas e de aprender. Aí sim. Bota afrodisíaco nisso.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Cumple de Natalinda

Querida Natalinda,
Foram muitas manifestações de saudades em virtude do seu aniversário. O Amyr Kink mandou um bolo pra cá, achando que vc já tinha chegado. Domage... comemos aqui na redação mesmo. Já o Lenine me pediu seu endereço em Barcelona. Disse que queria te enviar uma orquídea especial. Um tipo que só nasce no dia 01 de dezembro, em altas montanhas pertinho do céu - o nome? labiatus floris raposis. Vc recebeu? Fiquei curiosa pra saber se ela tem tons azuis ou violetas.Depois vc me conta?
Mas não parou por aí, amiga. A Zlata estava doida pra te encontrar, disse que te deixou um recadinho no Facebook, mas vc não respondeu. Eu até falei pra ela que vc devia estar de ressaquilda. Muita sangria. Anyway, depois vai lá responder pra ela, tá?
O último dos moicanos, foi o Waltinho Moreira Salles. Ligou aqui na redação e eu emudeci completamente. Estava atrás de vc, pra participar de um filme, na verdade nem lembro direito o que ele falou, de tão inebriada que eu estava. Imagina, a doidinha da Isabela contou pra ele, numa mostra em Buenos Aires que nós duas éramos amigas. Pra tornar a longa história, curta, ele quer vc aqui em dezembro pra fazer o teste do filme dele. Eu falei: “Waltinho mi amor, calma, ela chega dia 22”. Ele ficou aliviadíssimo e até nos convidou para um chopp.
Linda, mas nenhum deles te desejou um feliz aniversário tão cheio de saudade do que eu.
Vem logo, vem.
beijos da Mazi

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Anos dourados

Talvez fosse uma própria petulância minha. Mas reencontrá-lo é sempre me certificar que alguma coisa quebrou para sempre. É bater de frente com aqueles episódios já desgarrados da história. Petulante, ele. Menino, homem. Homem, menino. Apontou meus defeitos com o dedo indicador, sem misericórdia. E tinha uma voz que fazia cócega. O primeiro amor a gente nunca esquece ? Não necessariamente. Mas como pondera Francisco : "é desconcertante rever um grande amor".
"Não posso ser negligente com o meu passado" - me disseram outro dia. E eu nunca seria negligente com aquele moleque frouxo encima de uma bicicleta. A voz perfumada e as palavras sempre resplandescentes. Eu, menina, dosando a intensidade do batom, aprendendo a dar nós em laços afetivos. Tudo agora, tem asas nele. Até a beleza magoada do olhar. Inquieto, perturbado. Eu perguntei: "tudo bem?" E ele respondeu: " Tudo intenso, como sempre". Ele ainda pousa os olhos com pedras e palavras. "Bom te ver", disse com um riso eufórico e nostálgico. E, embora ecoasse na minha cabeça: "como eu posso ter me desconectado dessa maneira de alguém que já me preencheu tanto ?", brilharam pequenas memórias: uma fita cassete esquecida no carro, cinemas às quartas-feiras, Caetano cantando Odara. Que o silêncio nunca foi a nossa qualidade, eu sempre soube. Ao contrário dos espaços infinitos e das brigas nas escadarias da vida. E passou. Ontem quando no telefonema descabido, a tal voz rouca sussurou "linda", não havia colorido ou trilha sonora. Nada de badalar dos sinos. Só a certeza e a segurança de que não existe mais espaço para canastrices ou exclamações. Porque a cólica cessou e os ressentimentos foram amaciados por rosas que nasceram. Parece dezembro de um ano dourado...

BRONCA

Ei psiu... será que você não tem vergonha, não? Eu desisto de entender esse tanto de coisa ruim, porque me escapa completamente. É um dia normal, nem bonito nem feio. Vou trabalhar nem triste nem alegre. Aí tem sempre algum infeliz que vem roubar seu rastrinho de luz. Mas pera aí... ninguém vai roubar meu rastrinho de luz nããããããão. Pôxa, é tão difícil de manter ele no dia-a-dia. Quem você pensa que é, para chegar e passar esse aspirador de positividade no meu pensamento? Não, porque se eu fosse cutucar, colocar os dedos nas feridas... tudo bem. Mas não é isso, é esse jeito tão negativo, essa carga pesada, esses adjetivos ofensivos. Não quero ninguém mexendo no meu rastrinho de luz. Acho isso injusto, inescrupuloso e egoísta. Achou pesado? ups. É graças a pessoas como você, que gente como eu aprende - na marra e à contragosto - a se defender. Ah é, né? “a contragosto” não tem crase, certo? Agora está tudo no português correto, e o coração arranhado. Tá satisfeito?

Bebelita

A foto, roubei da mamis: http://doidivana.wordpress.com/
A gente se encontrou totalmente sem querer. Ela chegou, toda charmosa, sempre: Bebel. Isso sem contar o nome de artista, Bebel de Barros. Coisa fina, a Bebelita. Foi paixao total, desde a primeira vez que ela falou pra mim- meio de lado- “vamos fumar um cigarrinho?”. Ela é tão ela mesma. É a musa da mercearia, o merenguinho dos escritores, é a minha mais nova irmã mais velha. Puxa minha orelha, me dá bronca como ninguém. Mas sabe ouvir meus choramingos, me dá colo e não cansa de me fornecer vitalidade. É a minha Bebelita amada. Essa escorpiana manhosa, que senta no bar, toma uma cervejinha, e vai dando uma animadinha daqui, sobe o sambinha no sangue e quando ela entra numa pista de dança... ah, meu amigo, ninguém tira ela de lá. A princesa do kung -fu, entende de culinária, conhece todos dos cantos e recantos daquela Vila Madalena - de depilação à loja de vestidos de casamentos. Conservadorinha, soooofro pra fazer ela conhecer lugares novos. Tá sempre naquele roteirinho básico. Mas é doce, me conhece e me sacou desde o começo. Ela sabe quando eu falo sério ou quando é só mumunhas de menina mimada. Minha Bebelita, atriz. Cheia de caras e bocas, ela abraça minhas amigas de verdade. Acha graça na vida, adora pechinchar roupas, sempre com as unhas vermelhas e os cabelos de Trigresa. Ela me chama de floricultura , me olha com amor e ainda tem uma mãe... que já virou minha.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Mumunhas

Arrefecendo as palavras, afrouxando os nós. Devagarinho a gente vai se libertando um do outro. Aos poucos, toda bobagem que vc me falar, não vai me atingir. Isso é libertador, é triste e é como um mandamento. Aquelas pinçadas no coração se tornam alentos, matéria prima para raiva que toma o lugar da culpa. Esse estranho medo de perder a luzinha, estilhaços das palavras mal colocadas. São passos de tango sem música. Escorregões em ladeiras molhadas. Ser quase sempre, é também um pouco não ser nada. Tudo isso é de uma beleza épica e cansativa. Duas notas acima do tom e dois degraus abaixo do céu.

Aniversário da Megale

Eu também não sei dizer qual foi o momento que a gente passou de colegas de classe "ela é filha do meu oftamologista" à primas de verdade. Mas foi e é muito importante. Hoje e sempre. Eu, quando era pequena, também tinha muito medo de chuva, Re. E pra ser sincera tenho até hoje, quando é muito forte. O barulhão, aquele clarão no céu. Mas com o tempo foi passando e eu até aprendi a ver alguma beleza nessa coisa assustadora. Acho que a gente muda, as vezes. Lembro de tudo, prima. Dos lançamentos com as pandocas. Da gente cantando juntas aos berros no carro: "quero que vc me pegue, me abrace, me beije, me ameeeee...". Quando eu bebinha, capotei na sua cama e vc tirou minhas botas. E quando vc me adota pra passar o final de semana com a sua familia italiana. Os primos, as primas. Lembro da gente deitadas naquela praça em Paraty e de vc indo no eventomaismaladouniverso do meu trabalho. É tão de verdade , tudo isso. Nós duas, depois de assistir sex and the city, tendo ataques de consumismo no shopping Villa Lobos. Todas as vezes que vc segurou a minha mão, e todas que a contra-gosto, vc me deixou segurar a sua. E as nossa briguinhas de ciúme. Não suporto essas suas amigas chatolas e nem os 800 mil casamentos que te impedem de ir pra praia com a gente. Vc tem ciúme das homenagem que eu faço no meu blog-bobo. Eu amo os emitocons que vc tem para cada momento exato e as expressões que vc inventa: "gente, segura um pouquinho" virou mania nacional. Lembro do seu choro quando o valentín fugiu num ataque de adolescente rebelde. E o jeito carinhoso que vc lida com o papas. Só vc entende minhas mumunhas - sabe a melodia delas. E essa coisa que vc irradia, como se fosse um imã, que aproxima pessoas iluminadas. Já reparou quanta gente legal orbita em torno de vc? Caminhadas na praça da bennet, braços pra cima no samba do Municipal. Eu puxando a sua orelha porque vc dá importância pra quem te faz mal. E vc, colorida ganhando abraços do Caetano Veloso.
Eu amo vc, prima.
E te quero na minha vida sempre.
Um beijo cheio de carinho no seu aniversário.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Schopenhauer- o retorno



... e ele está fazendo a maior birra porque não vamos passar o reveillón juntos. Schopenhauer volta a terrinha do samba e do pandeiro no dia 14. Vai chegar daquele jeito, todo Betinho, com o violão debaixo do braço, fazendo chaaaaaaaaaaaaaarme na hora de tocar, e todo mundo vai se derramar em superlativos: “vaaaaaaaaai Betinho, vc toca tão bem”, “eu quero gilberto gil”, “eu quero canto de ossanha”. Betinho Schopenhauer-blanco y negro- esta canción,vai chegar hablando espanholito, querendo atualizar a agendinha. Cervejinha daqui, dedilhado dali. Dorminhoco e carinhoso, o Betinho. E a gente canta junto com ele: No mar...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

é... ela é.

Um pouco sobre Chico Buarque

Instigada pela pergunta da minha amada Ju, fiquei pensando no Francisco. Aliás, eu sempre penso no Francisco. Alías, quem não pensa no Francisco? Ju me pergunta: “Como ele faz isso, Mazi?” fui em busca de respostas - busca inútil, claro. Porque aí a gente começa a fuçar nos versos. E não dá pra explicar, não mesmo.
Porque é assim gente, toda mulher que se preze, sabe que grandes momentos, exigem ele - o único - o Francisco. Tá feliz? Joga o Chicão lá: “Seus filhos erravam cegos pelo continente” e samba na cozinha. Tá na fossa, pas de problem... Chico tem a resposta: “olhos no olhos, quero ver o que vc faz...” Enfim, foi pensando nisso que elaborei a "playlistFranciscoMazi" for all moments, estão todas aí. Não necessariamente nessa ordem. Amo.
- A história de Lilly brown - Essa é para momento de charmito- a música é toda caras e bocas. É para quando vc quer fazer graça pra ele, pro buni que ainda não é nada. A música é puro ombrinhos , sorrindo e dizendo: “ me desmilinguindo toda ao som do blues”.
-Futuros Amantes - Ahhh Francisco. Gente, ele sabe. Essa é para o momento “segura um pouquinho”. Ele consegue acalmar a gente, porque toda mulher é ansiosa, fazer o quê? Até que Francisco chega e fala: "Não se afobe, não/Que nada é pra já/Amores serão sempre amáveis/ Futuros amantes, quiçá".
-Mil perdões -“ te perdôo por fazeres mil perguntas, que em vida que andam juntas, ninguém faz”. Já diria Vovó Arlete - Não erra na mão, filho. Errou na mão, perdeu. Letra dolorida e verdadeira, perfeita pra momentos, que vc quer jogar a culpa pela janela e rodarexuberantemeperderdeti: “te perdôo por te trair”...
- Com açúcar, com afeto - Essa é perfeita pro momento Amélia-master. É quando vc já enfiou o pé na jaca mesmo, tá com o cara que é cafa, tá super no clima: “Só o que eu quero no mundo é dormir e acordar com meu moreno e o resto que se exploda", vc nem liga pra o que as suas amigas te falam e canta, sem um pingo de vergonha na cara: “Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança, pra chorar o meu perdão, qual o quê?” .
- Atrás da porta - ok, fooooooooooooooooooooooooossa pura. Deixa ela ocupar mesmo, canta sozinha, amiga. No carro, em casa, se for a gravação da Elis, então... deixa sair: “E me arrastei e te arranhei. E me agarrei nos teus cabelos/Nos teu peito, teu pijama./Nos teus pés ao pé da cama. Sem carinho, sem coberta. No tapete atrás da porta.Te adorando pelo avesso. Pra mostrar que ainda sou tua”.
-Trocando em miúdos- é isso aê meu filho... vai embora mas deixa o Pixinguinha aqui! Essa é incrível, mas é boa pra enxugar as lagrimitas, minhas queridas, Chico não nos abandona, ó lá:"Eu bato o portão sem fazer alarde/Eu levo a carteira de identidade/Uma saideira, muita saudade/E a leve impressão de que já vou tarde".
-Palavra da Mulher - Ahhhhhhhhhhhh agora, aguenta a louca. Não atiçou? Seduziu, provocou? Agora meu bem, aguenta a mulher apaixonada. É, ela sim... que existe dentro de todas nós, mas a gente abafa, pelo bem estar da civilização, para não paracer uma desiquilibrada... mas quando ela vêm, não há o que segure a doidona:"Vou chegar/A qualquer hora ao meu lugar/E se uma outra pretendia um dia te roubar/Dispensa essa vadia/Eu vou voltar".
-O meu amor- Essa música é incrível. Mas não é para qualquer momento, nem para qualquer amor. Não é tooooodo homem que tem esse appel não. Hum, e o Chico sabe que essa coisa de arrepio, calafrio é para quem entende do assunto. E me respondam, quando a gente esbarra com um desses, quem quer dividir: "O meu amor tem um jeito manso que é só seu/Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos/Com tantos segredos lindos e indecentes/Depois brinca comigo, ri do meu umbigo/E me crava os dentes"
-Deixa a menina sambar - é né gente. TODO MUNDO sabe o que é isso. Você tá lá, num dia inspirada, louca pra dar umas borboleteadas e de repente o que vc avista no gatinho? O bico, a cara amarrada, a trombinha básica. Gracias Francisco por brigar com eles: “se ficar enrustido, com essa cara de marido a moça é capaz de se arrepender”.
-Joana Francesa-Quem me enfeitiçou/O mar, marée, bateau/Tu as le parfumDe la cachaça e de suor/Geme de preguiça e de calor/Já é madrugada/Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda".
Dispensa comentários, né?

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Gota d´água

Eu adoro essa peça. Por mil motivos. Primeiro porque vi uma montagem maravilhosa. Depois, porque tudo que é inspirado nessas paradas gregas... são a mais pura verdade. Tava já com esse diálogo há um tempo no computador. Como sempre, Natalinda teve uma transmissão de pensamento comigo e me mandou esses dias. Haja estômago e coração pra agüentar esse Francisco. Ele fala de dor, de rejeição e de lira.

Joana diz:
Pois bem, você
Vai escutar as contas que eu vou lhe fazer
Te conheci
Moleque, frouxo, perna bamba
Barba rala, calça, bolso sem fundo.
Não sabia nada de mulher nem de samba
E tinha um puta de um medo de olhar pro mundo.
As marcas de homem, uma a uma Jasão,
Tu tirou todas de mim.
O primeiro prato,
O primeiro aplauso, a primeira inspiração.
A primeira gravata, o primeiro sapato
De duas cores, lembra?
O primeiro cigarro,
A primeira bebedeira, o primeiro filho,
O primeiro violão, o primeiro sarro,
O primeiro refrão, o primeiro estribilho
Te dei cada sinal do meu temperamento,
Te dei matéria pro teu tutano
E mesmo nessa ambição, neste momento,
Se volta contra mim, eu te dei, por engano.
Fui eu Jasão, você não se encontrou na rua
Você andava tonto quando te encontrei
Fabriquei energia que não era tua
Pra iluminar uma estrada que eu te apontei
E foi assim que eu vi nascer do nada
Uma alma ansiosa, faminta, boliçosa
Uma alma de homem.
Equanto eu, enciumada.
Dessa explosão, ao mesmo tempo, eu vaidosa,
Orgulhosa de ti Jasão, era feliz.
Eu era feliz, Jasão, feliz e iludida,
Porque não imaginava
Quando fiz dos meus dez anos uma sobrevida
Pra completar a vida que você não tinha
É que estava disperdiçando meu alento,
Estava vestindo um boneco de farinha
Assim que bateu o primeiro pé de vento,
Assim que despontou um segundo horizonte,
Lá se foi meu homem -- orgulho, minha obra
Completa, lá se foi pro acervo do Creonte.

E fala de uma intensidade que destrói qualquer soprinho de sentimento...

Jasão responde:
Você é viagem
Sem volta, Joana.
Agora eu vou te contar
Pra você, sem rancor, sem sacanagem,
Porque é que eu tinha que te abandonar.
Você tem uma ânsia, um apetite
Que me esgota.
Ninguém pode viver
Tendo que se empenhar até o limite
De suas forças: sempre pra fazer
Qualquer coisa.
É no amor, no trabalho,
É na conversa, você me exigia
Inteiro, intenso pra tudo caralho.
Tinha que olhar pro céu pra dar bom dia,
Tinha que incendiar cada abraço.
Tinha que calcular cada pequeno
Detalhe, cada gesto, cada passo,
Que um cafézinho pode ser veneno
E um copo de água, um copo de águarrás.
Só que Joana, a vida também é jogo,
É samba, é piada, é risada, é paz.
Para você não, Joana, você é fogo.
Está sempre atiçando essa fogueira,
Está sempre debruçada na quina da ribanceira
Sempre na véspera do fim do mundo
Pra você não há pausa, nada é lento,
Pra você tudo é hoje, agora ,já
Tudo é tudo, não há esquecimento
Não há descanso, nem a morte não há.
Pra você não existe dia santo.
E cada segundo parece eterno
Foi por isso que eu te amei tanto,
Porque Joana, você é um inferno.

Nossa né, gente? Que amor dolorido, vamo combiná!
:)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Melhor do que reencontrar alguém, é reconhecer. Sabe, sei lá, as vezes vc conhece um pessoa em um contexto estranho que não tem espaço, ainda, para aquele encontro. Aí tempos depois, vcs se reencontram e se reconhecem. Start over again. E aí... aí é uma delícia. Com essas duas irmãs foi assim. Demorou o perfil delas mas veio. Duas mulheronas de parar o trânsito, que entraram de novo na minha vida, num balão colorido - vôo rasante. O melhor é quando a gente percebe o momento exato que fica amiga de alguém. O meu momento com a Clara foi quando depois de ouvir minhas mazelas de mulherzinha num jantar desses de aniversário, ela me viu, cair nos braços do erro - toda mulher tem o seu “erro”, e a Clarinha -embrulha, me mandou um daqueles olhares cúmplices, sabe? Do tipo “vai viver, Má. Depois a gente pensa nas consequências”. Isso foi lindo e é o tipo da coisa que vc não tem com as amigas antigas - só com as “re-conhecidas”. A Maricota também. Foi comingo que ela pegou a estrada pela primeira vez e foi com ela, na Barra do Una, que tomamos uma garrafa de vinho cada uma, sem notar que o passar da noite inteira e o dia amanhecendo. A gente dança Madonna na sala, sorri pra luz da Luciana e divide os mesmos problemas das amigas antigas - isso, gente, só com amiga “re-conhecida”. Mas ela fisgou mesmo, o lugar na curvinha do coração, quando percebeu um momentinho desconfortável pra mim. E, sem dizer nada, foi me dar um abraço. Vcs sabem, abraços certos em momentos certos, para uma panda, é tiro certeiro. Adoro o carinho que as duas têm uma pela outra. E o jeito que elas olham o mundo- sem inveja de nada. Adoro que a Mari me chama de “zó” e entra nas brincadeiras, com muito pra trocar - coisa de amiga “re-conhecida”. Me dá ternura quando eu a Clara cobiçamos mutuamente as bijuterias uma da outra: a gente ainda precisa fazer um escambo de cacarecos - o mundo de objetos de uma amiga “re-conhecida” é infinito e interessante. Adoro que elas são doces na medida certa, sem um pingo de cinismo. E elas sabem... a gente se reconheceu - agora não desgruda mais.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

TERESOCA

Lembro como se fosse hoje, o dia em que eu vi um brilhinho especial nos olhos do meu irmão. Eu estava aboletada do quarto dele,porque queria ver algum desses especiais de adolescente da globo enquanto meus pais liam na sala. O Fe, como sempre, me deixou ficar ali empolgadissima, enquanto ele falava ao telefone. De repente eu flagrei o brilhinho, era inégavel -era bilho de amor. Eu tinha só 12 anos, mas já entendia de lirismo. Quando ele desligou o telefone, deixou escapar um : “conheci uma menina muito legal, Má. Linda e inteligente”. Eu sorri e só fui conhecer a Cacá, na “festa-baile” do meu aniversário de 13 anos. Ela chegou meio tímida, enfrentou a tríade-parada-dura ( 2 cunhadas ciumentas e uma sogra), me trouxe flores e me abraçou por inteiro. Assim começou o namoro que entre indas e vindas, choros e beijos apaixonados durou quase 9 anos. Ela encomendou para ele, num aniversário, uma serenata dos Trovadores Urbanos e mandou um vaso enorme de girassóis. Ele saiu de madrugada só para matar um besouro gigaaaaaaaaaaante na casa dela. A família viveu emoção por emoção: O ano que ela foi para França e o ano depois, em que ele foi para a Itália. A cada despedida, muito choro e expectativas . Ele sempre caxias e justo, ela sempre espontânea e escrachada: “ Seu irmão é muito velho, não gosta de sair”, dizia ela. “ Meu, acredita que a Cacá quer fazer o aniversário dela num karaokê?”, rebatia ele. Sempre juntos, rindo um para o outro, com aquela leveza invejável. Ele - culto e politizado , ela- noveleira e chegada em um sambinha.Ela me contou, alguns anos depois, que eles se conheceram em uma festa da “psico da puc”, quando ela estava meio bebinha, dançando sozinha na pista. Ele diz que ela não estava nada bebinha e que “se apaixonou por mim, logo de cara”. Foi depois de tanto pintar e bordar que eles, no melhor estilo Chico Buarque : “vamos nos casar na igreja, chega de barraco, chega de piti”, jogaram flores para o alto e se acabaram de dançar na pista há 3 anos, numa festa linda de casamento. Ele beijou a aliança dela e disse que era para ela “se comportar direitinho”. Ela claro, recitou uma música do Roberto Carlos e chorou até não poder mais. E hoje, depois de 11 anos juntos, nasceu a coisinha mais fofa e deliciosa da face da terra... a Teresa.
...vai dizer, não coloca qualquer filme de amor no chinelo?
:)
... He rocks

and she knows...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Panda em dia de fórmula 1

Tem alguns momentos da vida que quem é panda se reconhece e não consegue negar. Se você é uma menina normal, vida tranquila, sem grandes obsessões (tirando chocolate, é claro), e só porque se interessa pelas coisas que em pauta, resove assistir uma corrida de fórmula 1 ... ok, nada demais, vc é normal. Se você estava disposta a assistir a largada e depois ir até a piscina onde estavam os seus amigos: “ouvindo o Robertão e falando de realcionamentos” - ok, você ainda é normal. Mas se no meio do caminho, vc se envolve com a coisa intensamente. Se sensibiliza com o fato de Felipe Massa ter que chegar em primeiro e o outro em sexto e pensa: “mas pô - se ele tá em segundo no campeonato, não basta ganhar ?” e então entre um cochilo e outro ouvindo aquela narração INSUPORTÁVEL do Galvão Bueno, vc decide que vai assitir até o fim, porque afinal de contas, vc é panda e o Felipe Maaaaaaaassa precisa da sua energia -comece a desconfiar. Algo de muito fofo, ocupa seu coração. Se vc chorou quando o Felipe - pessoa que não te despertava, até então, NENHUM sentimento - secou os olhos, bateu no peito e colocou aquele boné - sim, sim, vc é panda. Se você acha aquela mulher do Hamilton - de quinta categoria - não há como negar.
Felipe querido, as pandas estão com vc, tá?
bjobjo

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

dos finais de semana

e um vaga-lume
lanterneiro que riscou
um psiu de luz ( do Guimarães, óbvio)

... psiu daqui e dali. Na Barra do Una. Um coral de 4 azeitoninhas reunidas, cantando alto: “Cause I´m leaving on a jet plane, I don´t know when I´ll be back again...”. E rindo do Kevin Costner no “dançando com lobos” e andando em praia de tombo, dividindo sonhos terrestres. São 4 vaga-lumes atrapalhadinhos, não têm hora de brilhar, nem de apagar a luz. Mas gostam de biscoito de banana com canela. E permanecem com olhos abertos mesmo com o maior sono do mundo. Lindas essas meninas que falam sobre cores de almofada e mergulham e mares bravos, cheios de ondas. São fiozinhos saindo da terra, em busca de algum psiu de luz.

carta de Mãe XVI

Filhinha aprenda a se blindar contra seus inimigos:
“Braços abertos
Coração ferido
Que o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo
Se interponha entre eu e o perigo”

Outra:
“São Miguel Arcanjo que venceu o dragão do Mal
Proteja e defenda o meu corpo e a minha alma de todos os perigos
Com sua espada de Luz . Amen” [essa eu rezo todas as noites antes de dormir;

E a mais famosa é a Oração a São Bento:
“A cruz de Cristo seja minha Luz
Não seja o dragão o meu guia
Afasta-te Satanás.
Não me ofereças coisas vãs.
É mal o que tu me ofereces.
Bebe tu mesmo o teu veneno” [é a que a vovó rezava]

São todas orações muito poderosas.Escolha a que mais tocar seu coração e reze,sempre,que se encontrar
em perigo. Ponha fé nas palavras — elas são poderosas.

Alguém vai dizer que não?
AMEN.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

mumunhas

Entre panos e cores, você aparece de novo. Faz uma brincadeira, abraça aquele abraço que tira meus pés do chão. Eu caço só o rastrinhos dos olhos verdes. E quero roubar seus óculos para você nunca mais olhar ninguém desse jeito que você olha pra mim. E você aperta minha mão. Ah... esse coração sitiado, cheio de grades por todos os cantos. Afeto escorrendo pelos buraquinhos, escapados nas frestrinhas de luz. Como é possível se sentir tão segura perto de alguém? A gente não se aguenta ... será que você pode rir mais um pouquinho? Esse riso feliz, virado pra alegria do mundo? É que você sorri prometendo tudo- embrulhado em ouro. Vamos partilhar o fogo e colher gravetos. Vamos subir em silêncio até o céu e pintá-lo de vermelho? I was born to love magic. Você, passageiro - usocapião :) de pensamentos lindos. Pega aquela florzinha amarela ali, vai...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Sobre a namorada dos amigos homens

Então, mas difícil que lidar com os amigos homens. É ter que lidar com as namoradas dos amigos homens. Uh -lá-lá. É ... porque nem sempre os ciúmes são declarados, as vezes elas têm ciúme das suas amigas e não de vc e acabam misturando todas as bolas. Podem até ser queridas, mas não sabem manifestar... Então eu fiz um pequeno guia, para as que sofrem do mesmo mal que eu: Adoram seus amigos e têm dificuldade de encaixar da maneira certa, essas meninas que não tem culpa de nada, na sua vida.
- A namo novata: coitada. Seu amigo não dá muita bola ( porque está inseguro). Ela, chega em uma patota (que não a dela), lotada de meninas que dominam o ambiente e marcam o território. Acaba por ficar tímida e ganhar a compaixão dos meninos da patota, causando então uma revolta geral na ala feminina. sintoma nas amigas mulheres: DÓ
- A inteligente: essa é bem esperta, vive na base do “ se não pode vencê-los junte-se a eles”. Em vez de bater de frente com as amigas mulheres, trata elas muito bem, é simpática, sabe perceber quando a hora não é dela, ademais, é querida, tem senso de humor e não deixa transparecer o ciúme exageradamente. sintoma nas amigas mulheres: DESCONFIANÇA
- A dissimulada: essa é fogo. É... ela trata mal o seu amigo na frente de todos, depois arma barracos de ciúme. O coitado sempre sem reação. Ela faz imposições, priva ele de estar com o grupo que, evidentemente, a detesta e ainda por cima... se faz de vítima. Sintoma nas amigas mulheres: RAIVA
- A doentinha: hum. essa é díficil. É do tipo que está sempre com uma tossezinha, uma dorzinha de cabeça, um machucadinho no pé. Seu amigo, coitado, passa de namorado à enfermeiro: “foi mal, galera mas não vou faser a trilha porque a fulana não tá muito legal”. sintomas nas amigas mulheres: BODE
- A ciumenta: Ah... meio mais do mesmo, né? Esse gênero cria casos, proíbe seu amigo de falar com amigas mulheres, é controladora e não suporta que antes dela, já tenha existido outras mulheres na vida dele. sintoma nas amigas mulheres: HIHI VINGANÇA
- A quietinha: Ah... tem sempre um amigo que inventa de namorar uma pseudo- freira. E olha que eu mesma sou bem santinha. Mas essas, não comem, não bebem, palavrão-deusmelivre, não entendem de cinema, não gostam de pisar na terra, tem medo de água gelada. Sintoma nas amigas mulheres: SONO
- A clássica: eu sempre respeito as tradições, portanto para falar das clássicas, é necessário dizer que tenho por elas, grande respeito. Ser a namo de um amigo clássica constitui em : ser ciumenta, birrenta, ter personalidade, saber usar o poder, ser discreta e inteligente. Sintoma nas amigas mulheres: MEDO
- A ideal : aha. Não é qualquer uma e não é comum. Mas eu já encontrei algumas que hoje moram no coração. A namo ideal é aquela que despretensiosamente chega e vira sua amiga também. Não é espaçosa, mas tem tanta graça e é tão segura de si, que acaba por conquistar o afeto da smigas mulheres sem forçar nada, de uma maneira muito natural. Além de tudo, ri das histórias do passado sem mágoas ou ressentimentos. Sintoma nas amigas mulheres: PARCERIA

Ai que saudades eu tenho da Bahia

Aí ele amarrou uma pulseirinha do Senhor do Bonfim no pulso dela: ‘faz três desejos, mas não pode contar para ninguém senão não realiza tá?”. Ela obedeceu. Fechou os olhos e pensou bem forte. Ali no fundo, som de capoeira e cheirinho de Maresia. Plin plin. Se realizaram os pedidos? Ninguém sabe...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Olha ele aí

Agora ninguém segura esse baixinho- ele caiu na rede. Vai viciar todo mundo nas expressõezinhas e vícios de linguagem. É um pega pra capá - é verdade. Mas não dá pra largar. Eita amor que é pior que vício: a gente briga muito. Mas não adianta, eu não largo dele. Pode o mundo estar acabando, seqüestros, crise dos bancos centrais... porque me emociona toda vez que eu leio as matérias dele e vejo que tem a personalidade dele. Amo quando ele ri das obveidades da vida. Mesmo com as alfinetadinhas que doem como caquinhos de vidro no fim de festa, ele mora no coração. E quando penso que vou dar um gelo nele, não consigo. Não consigo porque ele tem um risinho entrecortado que eu adoro. Ele canta músicas bregas de um jeitinho de verdade que é só dele. Ele dança comigo na na pista quando todo mundo tá parado. E saber ser adorável. Bem vindo pildo: blogdoxote.blogspot.com

quinta-feira, 16 de outubro de 2008


Querida Natalinda,
E não é que eu entrevistei o Lenine? Sim. Foi ali num hotelzinho na Alameda Lorena. Ele chegou uma hora atrasado, todo esbaforido me perguntou: “Vc se importa de eu comer durante a entrevista?”´Dãr. Óbvio que não, aliás isso é um prato cheio pro meu abre: “será que ele é vegetariano? será que toma suco, refrigerante ou whisky?” Rá - nada. Tomou água e comeu carne vermelha - como eu amo pessoas que não são óbvias, Nata! Começamos a falar de música, carreira e manias. Ele me disse que é casado há 30 anos, encheu a boca para falar dos filhos... e depois falamos de orquideas. Ele é um “orquidoido”, como ele mesmo diz, me explicou todo o ciclo e a beleza dessa espécie de flor de uma maneira tão interessante que acabei ficando meio “orquidoidinha” também - saí de lá, louca pra comprar uma amarelinha e deixar lá em casa. Enfim, falando de orquideas, ele me contou que conheceu vc ali, num orquidário em Recife, certa ocasião que vc tava de férias com a Isabela: “ Ela era tão impressionante que eu achei fosse uma orquidea ali no meio de tantas outras”. Eu falei que sim, sim vc era uma florzinha de raposa e pasme! Ele me contou que conhece flores de raposa e que elas são quase tão raras quanto às “labiatas” que é o nome do disco dele. A entrevista foi demais Nata. Aquele olhões verdes e o sorriso afável fazem juz ao compositor do olho de peixe. Lembra daquela aula do waltinho? que ele colocou pra gente o cd do Lenine e a gente ficou arrepiada ouvido: “eu tava na beira da praia ouvindo as pancadas das ondas do mar?” Eu ouvi esse cd até riscar. Depois perguntei pra ele se o lirismo amoroso era uma fonte de inspiração: ele sorriu, suspirou, olhou no meu olho e disse: “ no fim, sempre é a mulher, eu não seria nada sem a minha”. Eu sorri, cúmplice. Conversamos por mais algumas meias-horas. Ele me avisou que vai fazer um show em Cáceres, na Extremadura, e que é pra vc procurar ele lá. Eu disse que repassava o recado desde que eu pudesse ir também. Rimos muito. No fim eu só pensava: “meu deus... que pessoa LEVE” e enquanto eu divagava ele me disse, todo buni: “Vc tem conhecimento, mas não é pretensiosa”. Pode? Fui dormir feliz e no meu sonho ainda embalava ... “pois no dia em que oce foi embora/ Eu fiquei sozinho olhando o sol morrer/Por entre as ruínas de santa cruz ...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

tipo direto da Índia


Depois da semana em que gravamos naquela vila rural chamada Auroville, voltamos a medonha Chennai. Medonha pelos corvos de bico negro que reluz como onix puro, e olhinhos injetados que pousam ao meu lado na maior cara-de-pau. Em muitas horas me sinto sobrando por aqui com os meus nojinhos e medinhos. Estamos hospedadas no flat da produtora Prasad Studios, é um condominio de predios com verde e piscina, um oasis no meio da caotica metropole. Mas todo e qualquer estranheza é abafado pelo perfume de lírio que escapa dos cabelos das indianas. É tão bom. Ontem mesmo topei com um indiano no elevador que levava numa sacolinha de plastico um ramo de flores: “é pra sua esposa né?” - tentei articular, mas ele desceu rápido no terceiro andar e subi ao sétimo, envolta no ar de lirio que se formou ali. E me lembrei de vc querida. Da tentativa de convencer as meninas a usar flor na festa do chute o balde, lembra? Da florzinha que vc usa no ar-condicionado do carro, e de todo o perfume e doçura que vc exala por onde passa, sempre.Te mando muito amor...pelo computador.Beijos com saudades Nataly

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Sobre a amizade entre homens e mulheres

É sempre um assunto polêmico esse da amizade entre homens e mulheres. Há quem acredite que não existe, ou quem não consegue ser amiga de homem. Sei lá o que se passa na cabeça de cada um. Mas eu sempre tive muitos e bons amigos. São anos de experiência, mil e um tropeços, 499 conflitos, mas existe. É só uma questão de querer - amizade only- de ambas partes. Quando eu digo só amizade, não quer dizer que nunca tenha passado pela cabeça de algum dos dois viver algo a mais - isso sim, é quase impossível. Mas o importante é manter o respeito e o afeto. E uma vez conquistada, a amizade de um homem, pode ser até mais fiel do que de uma mulher. Aí vai um mapa para quem quer se aventurar nessa deliciosa história de ter amigos homens.
O querido - ele é presente, companheiro e carismático. Agüenta a gente em momentos de stress, tpm, compreendem tudo do universo feminino, sabem dar colo em dias que a auto-estima está no chão. E... normalmente são gays.
O ciumento - Rárá. Os amigos ciumentos são assim: querem que você seja feliz, realizada, que se divirta... mas não deixam nenhum homem chegar perto de você. Em um ambiente de azaração colam no teu pescoço de uma maneira que todos os outros homens do recinto acham que vc é comprometida. Mas lógico, é só ciúme de amigo, sem malícia. tsc tsc.
O interessante - ele é super seu amigo, sabe trocar idéias, entende de culinária, conhece ritmos musicais inimagináveis, tem bom papo, senso de humor, adora as suas histórias, é lindo de morrer e completamente apaixonado pela namorada - que óbvio - é chata, mal-humorada e nãotemnadaavercomelepeloamordedeus!
O interesseiro - esse é super interessado - nas suas amigas. Ele simplesmente ADORA sair com você, te ver, conversar - desde que você seja uma padaria de amigas bonitas e tenha uma para oferecer a cada 45 minutos. Ah... claro, não se esqueça: ele pensa naquele ditado de que vacas malhadas não andam com pardas - então não perde a chance de tirar uma casquinha de vc também - tudo na maior amizade,claro.
O confuso - esse tipo é incrível. Vive em conflito: na vida profissional, pessoal. Não tem hora, está sempre em dúvida das coisas, é a incoerência personificada. Mil dramas, bagunças até ... com vc. Que passa do título de melhor amiga- tipo “mãe” à salvação e “ a mulher da minha vida”, em questão de minutos. Mesmo que sejam comprometidos, mesmo que estejam apaixonados, depois de uns copinhos de cerveja lá vem com o jeitinho carinhoso e o discurso “nunca te disse... mas vc é muito especial”.
O namorado da amiga- esses são ÓTEMOS. Os legais, claro. Porque tem sempre aquela amiga que namora um mala. Mas geralmente eles querem conquistar as amigas então tratam bem, são queridos, apresentam os amigos com a esperança de rolar mais um casal na patota e ainda por cima têm paciência de escutar mulherices.
O amigo do namorado - à parte dos que competem com vc, é um gênero muito bom. Normalmente são engraçados, cheios de histórias para contar, adoram dividir momentos de afinidade, adotam a gente em momentos de tensão e passam a te considerar como uma irmã, além de tudo, nos protegem.
O bipolar - Então... complicado. Esse amigo é aquele que você não gosta, é pesado, mas por qualquer razão inexplicavel, a gente não desiste deles. É do tipo que um dia te trata como uma princesa, no outro não olha na sua cara. É perfeitamente capaz de te ouvir, te procurar e um belo dia ser grosseiro porque o time de futebol perdeu. Adquirem intimidade muito rapidamente e não têm nenhum peso na consciência de sumir do mapa de uma hora para outra.
O ressentido - Esse é o mais difícil. Fruto de uma paixão que não deu certo(na visão dele) ele não se acostuma com a idéia de ser só seu amigo, então passa a te tratar mal, vive dando alfinetadas e soltando espinhos. Mas quando precisa de um favorzinho, não têm a menor vergonha de abusar da intimidade conquistada em outrora e sapateam na culpa que a gente sente por ter rejeitado eles.
O de verdade - bom demais. Esse tipo é aquele que era um paquera, virou um casinho e a afinidade era tanta que vcs resolveram ser amigos. Ele te conhece bem, sabe das suas manias e defeitos,é um conselheiro de mão cheia e... te adora. É o melhor tipo de amigo- têm a cisma e a atração resolvidos e te consideram uma amiga de verdade e não uma ficada em potencial e além de tudo, fazem questão de namorar pessoas queridas.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Efeitos de mercearia

... e aí que eu não ia beber muito, ia voltar cedo para casa porque era só uma reuniãozinha de meninas no bar. Papo vai, papo vem, uma se empolga, a outra conta que pegou o ex no flagra e ainda riscou o carro da dita cuja, aí desce mais uma gelada França!, e vem caipirinha, vai cachacinha. Uma chora as pitangas, a outra conta que está saindo com um cara, ou melhor, um menino 4 anos mais novo. Fala bem, fala mal - risadas estridentes. E maaaaaaais cerveja. Vai dando aquela animadinha (né Bebs?), sabe? O sambinha começa a ecoar na cabeça “ não deixe o samba morrer...”, o tom de voz cobeça a subir, as meninas se abraçam. Até que, uma- querida-papaanjo-ciumenta solta um: “vamos para a festa, meninas? vai ter música boa”. Ok, vcs sabem o que é um galinheiro? Agora imagina um galinheiro gracioso e levemente embriagado: isso era a nossa mesa no mercearia. Vai uma, duas, três... mil meninas patinando, rumo à tal da festa. Detalhe: em um lugar que a gente frequentava quando nem tínhamos carta de motorista - mas afinal, quem se importa com isso quando o mundo é cor-de-rosa e carvão e tudo que se quer e "rastar o pé" em uma pixtinha? Animadinha vai, animadinha vem. Conhece um, dispensa o outro, baila um pouquinho, segura um pouquinho e... 4:30 alguém desmaia na cama com a cabeça latejando, ufa! Lá no fundinho ainda dá pra ouvir: “acabou chorare ficou tudo lindo...”

Ralstonites

Ela está linda como sempre. Ainda conserva aquela risada genuína e um jeitinho de brincar com a vida que eu adoro. O abraço toma a forma do corpo e ela corresponde sempre aos sinais de afeto. Foram 2 anos longe dessa Iansã e ontem ela voltou. Como todo mundo que chega de uma viagem longa , guarda uma certa curiosidade e cansaço no olhar. Eu sei bem como é isso, fim de viagem, a gente fica cansada... quer chegar em casa, matar a saudade das ternurinhas... aí chega aqui, olha para aquela marginal, sente o peso da “vida real” e dá uma mini-pane no sistema. Mas isso passa ( viu Cá?), amém. E ... ela tá assim, meio aérea -um pouco aqui e um pouco ainda lá. Eu não. Eu to ótima - porque ela voltou. E feliz que a gente vai ficar 40 mil horas contando tudo, vamos assistir filmes do Woody Allen e falar sobre os mistérios da terra. Ela vai me ensinar expressões em catalão e vai respirar fundo quando colocar os pés no mar. É a minha maluquinha beleza mais querida. O vício mais doce. Bien -venida mi trocito de pan.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Pequenita sagrada


Essa peque, acreditem, foi nomeada uma "deusa viva". Quando vi essa foto , não aguentei. Matine Shakya tem 3 aninhos e passou por procedimentos naturais - não me perguntem quais - no Nepal, antes de ser a escolhida para substituir a atual Kumari real de 12 anos. Parece que como está chegando na puberdade, é considerada “impura para o cargo”. Com os olhos desse tamanho, essa peque-deusa vai longe, no maior estilo "Yashodhara", princesa, guerreira, ermitã.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008


Buenos Aires tem cheiro de baunilha. Luzes sépia e vento na medida certa- não faz fechar os olhos, mas movimenta os corações. Foram 2 dias. Um “recital” do Dave Matthews, um “asado” en el norte e todos hablando la lengua mas dulce. Nosso pibe, Maxi já tava esperava a gente no aeroporto todo cavalheiro - como um bom argentino que é. Logo ligou o som e disse felizinho : “ Chicas, a mi me encanta Natiruts”. Sorrimos. Foi o primeiro dos 89897897897 sorrisos da nossa nani-viagem.
***
Nós duas de novo. Nenas para cima e para baixo, igualzinho há quatro anos. Estiradas em gramadões com aquele solzinho enviado por Deus; entrando e saindo de tiendas, entupidas de helado de doce-de-leite e “patinado” no nosso cas-te-lla-no. A tomar una cerveza e dar risada das coisas que eles dizem. “Si... pero los brasileños no son facheros como nosotros - hay que se estrechar lazos Brasil y Argentina”. Sim, Maxi, sim. Chamuchando siempre.
***
O mais lindo é ver as diferenças de linguagem - amo. Nacho disse que acha que os brasileiros são mais inteligentes porque usamos o verbo “experimentar” ao invés de “probar” - “Pues claro, Marilia - o sea- cuando se experimenta, se vive con todos los sentidos”. Embrulha. Sim, Nacho, mas vocês usam “que buena onda” enquanto a gente só tem um “legal” sem graça.

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Aí rola aquele momento que é o mais especial das viagens - o minuto exato em que a cabeça levanta vôo, sem nenhuma censura... se va hasta el infinito com a imaginação, só pensando coisas lindas e absurdas: “Nossa, eu muito moraria aqui nessa casinha na beira do rio da prata e tomaria ‘mate’ e dançaria quartetos e acariciaria esse cabelinho compridinho deles e deixaria todo o meu mundo pra trás”. ups - ok, digressão de los piensamientos, suspiro do mundo, epifania, alumbramentos - lo que sea.

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Como estávamos com o nosso pibe argetininho, vimos uma Buenos Aires muito pouco óbvia: familias argentinas no rio, comendo cachorro quente e passeando por ruelinhas com ar de primavera - llenas de azaléias floridas. Eles continuam lindos, elegantes e sedutores. Elas agora não têm mais cabelos modernos - deixam até a cintura, contemplam um olhar de independência e são, juro, pandas. Pandocas total. Não vimos nenhuma argentina de mala-leche.

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Eles falam do Boca como os nossos falam do Corinthians. Na bombonera tinha um cartaz gigante com as cores do time, escrito: “Colores de la passion” - quase um “ eu nunca vou te abandonar porque eu te amo”. Afetivos e convictos, esses argentinos :“ Ves, Marilia acá hay muchas canciones para Maradona” Foram 45 minutos falando da vida do homem, como o físico dele é incrível - praticamente um mutante e pasmem! como ele é bom pai: “ a las hijas les quiere mucho, hace de todo por ellas” - quase me sensibilizei - disse quase porque não, o Maradona ainda não é alguém que me toca profundamente.

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Quem me toca é o Bioy Casares e o jeito que eles olham quando a gente passa na rua. A curiosidade que elas têm de saber de nós brasileñas e uma certa melancolia na voz quando eles falam da crise financeira : “Pero Brasil está mucho mejor” - naaaaaao, a gente nunca vai estar porque não temos nem 1/5 dessa força deles.

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E metade ficou lá. Num barquinho distante, no rio da prata. Com ventinho gelado e cheiro de baunilha

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Buenos Aires

... e de vento em vento, de galho em galho...

terça-feira, 30 de setembro de 2008

... vai ver que a gente sempre foi um pouco parecido. Os dois. Dados a desfrutar da vida, a aproveitar cada nota musical, bater palmas e fazer passinhos improvisados. É, vai ver que foi esse jeito de improvisar a alegria vida. Os dois. Sei lá, talvez um tivesse que ser mais contido, menos apto a saborear as coisas. Alguém teria que ser mais introspectivo, calmo. Sabe aquela história de que em um casal, tem que existir um equilibrio? Sempre tem um bobo feliz e o outro rabugentinho. A gente é fruta do mesmo pé. Duas mangas doces, penduradas em galhos finos. Eu canto e você canta mais alto. Se eu viajo para fugir, você vai ainda mais longe- horizonte sem fim. É que os dois gostam de cachoeira, de sorrir sem limites. É. Vai ver que esse jeito de grudar uma gelatina colorida para dar um arzinho vermelho na luz... estraga tudo. Faltou alguém pra dizer que as vezes não é hora de sair, de chorar alto ou de experimentar doce-de-leite. Os dois. Sempre queridos por todo mundo. Abertos, solidários, carinhosos... não teria jeito. Ora, tem que existir alguém de mal-humor, que segura a onda do outro.Nós dois. Lado a lado no mesmo compasso, mesma batida e canção. Afinal, quem ia mostrar pra gente que a vida é dar conta das coisas ruins? Que não dá pra remendar sentimentos porque isso não é bossa, é coisa séria. "you´re gonna rule the world, don´t you know?". É muito gosto pelos sentidos, muito bliss espalhado em pistas de danças sujas e mesas de bar inebriantes.
Agora depois disso tudo, me diz: como é que eu encaixo você na minha vida? Se eu não posso cantar juntinho aquele dueto do Chico e da Gal ? "Vamos pra Bahia, dengo. Vamos ver o sol nascer, vamos sair na bateria, deixe de chilique, deixe de siricutico". Se eu tenho que te olhar de longe e perceber que a gente tá no mesmo lugar, com os dois pés fincados na lua .... e mesmo assim não dá pra ficar perto - porque a terra é nossa vizinha. Como eu encaixo você na minha vida agora, se eu não posso te falar manso... mumunhas. Como continuar os dois no mesmo galho se a gente não pode dividir o mesmo vento?

segunda-feira, 29 de setembro de 2008
















Querida Natalinda,
Estou morta de saudades. Do tipo que dói no coração. E parece que não sou só eu. Esse final de semana fui encumbida de ir cobrir o Dave Matthews - é aquele mesmo... “crash” - plantar árvores na Av. Nove de Julho. Eu já tava toda pronta pro show dele a noite, um festival sustentável lá na Chácara do Jockey, com vários artistas. Mas lá foi a Marilinha, nani-repórter, plantar árvores. Ele chegou sozinho, fez graça, cheio de brincadeirinhas, plantou e partiu pra entrevistinha. “Gente, que homem grande”, pensei eu. Meio nervosinha. Nata, o que se pergunta para o Dave Matthews ? Ainda mais quando a pauta é uma coisa tão óbvia quando sustentabilidade e meio ambiente. Mas ele, todo galenteador fez de tudo para me deixar beeeeeeeeeeeeeeeem a vontade. A começar, por falar de vc, é claro. “Well, I came here hoping that I could find a beautiful actress I met in Barcelona”. Eu fiz uma carinha bem panda e falei “Oh... Nataly? She is in India”. Obviamente ele riu, me perguntou sem parar o que vc estava fazendo aí, se estava sozinha, acompanhada, etc. Depois me contou que vocês se conheceram em um show que ele fez em San Sebastian. Você estava fazendo matéria para um site espanhol. “ I look at her and just felt nice”. Não me contive, sei que nessas horas a gente tem que ser discreta, mas não rolou. Comecei a me abrir para o Dave. Disse que estava morrendo de saudade e meu olho encheu de lágrimas... ele, homem -grande, se sensibilizou e me abraçou e abraçou e abraçou... até que quase não me deixou embora! Antes de entrar na van me miró en los ojos e disse: “ See you next time”. Depois disso, foi só magia lá no gramadão do Jockey. Ele arrasou no palco fazendo passinhos com os pés e falando português. Eu fiquei ali pertinho, mas quando vi que o céu tava abrindo e que a primavera chegou... te mandei uma mensagem telepática. Vc recebeu?

;)

Beijo com amor da Mazi.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Lá de casa

Eles são casados há 39 anos. Segundo minha mãe conta ( meu pai nega), eles estavam terminados fazia um ano quando meu pai apareceu com o melhor amigo na casa dela: “Ele não teve coragem de ir sozinho né, Marilia?”. Convidou a minha mãe para passar o reveillón em Santos. Ela fez charme e disse que só ia com aliança de noivado no dedo. Ele acatou e assim foi. O resto é aquela história básica: 3 filhos, uma casa na praia e 400 viagens para todos os cantos. Eles se cutucam o tempo todo : ela apressa ele porque fica pronta 40 minutos antes de sair para o concerto. Ele, ainda sentado no computador, nem tomou banho 15 minutos antes do espetáculo começar e se irrita quando ela fala lá da sala: “já to prontaaaa!!”. Ela palpita nos caminhos que ele faz e, em contrapartirda, ele não assume quando está completamente perdido. Os dois assistem filmes na TV. Ela dorme... e pede pra ele contar tudo que aconteceu. E ele paciente, conta. Ela, a palestina. Ele, israel. Se chamam pelos diminutivos e comem chocolate a noite. Ela gosta de comprar muiiiiiitas besteirinhas - caderninho, brinquinho, caixinha, remedinho, medalinha. Ele compra pouco mas só coisas de valor - obras de arte, jóia e filmes antigos. Meu pãpi e minha momi. Ela só no lirismo - lê Clarice Lispector e ouve Edith Piaf. Ele é mais menino - lê livros da história da segunda guerra, Borges e se emociona com os clássicos. “ Ai, eu não gosto da Marisa Monte” ela diz enciumada. “ Eu acho ela uma diva” - ele, com ar de admiração. Mas os dois se sacodem juntos quando toca Chico: “ tinha cá pra mim que agora sim eu vivia enfim, um grande amor... mentira”. Ela reclama do trânsito e ele segura na mão dela pra acalmar. “ Isaaquinho, me leva no Juquehy pra tomar um café expresso?”, “ Isaaquinho, escala aquela árvore e pega aquela flor amarela?”; “Aninha, a mala não cabe aí né? Vc não tem noção de espaço”, “Aninha, lógico que a comida vai dar, são 8 pessoas e não 40”. Ela tem toda a paciência com a neurose de Woody Allen dele: “Eita cabecinha complicada, essa do seu pai”. Ele agüenta a incoerência e mineirice dela: “Repara só na mamãe como fica atrapalhada quando tem que decidir alguma coisa”. Mas eles mimam um ao outro, se aceitam e tiram sarro um do outro o tempo todo. São 39 anos - convenhamos- uma mega lição de amor.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Santacruzetes


Ok. então juntamos as 12 meninas do Santa-Cruz e nos inscrevemos na festa dos esportes de ex-alunos. O pretexto? Nada além de uma divertida partida de futebol. Futebol? É... o aquele jogo que todo mundo acha interessantésimo. Com direto a camisatinha baby-look, logomarca, grito de guerra e muita risada. A Flávia, única que tem algum conhecimento da pelota, disse atenta: “Meninas não cruzem a bola na frente do nosso gol, ok?”. Eu tentei seguir o conselho, mas minha atuação em campo durou uns 8 minutos e me rendeu um ralado no joelho e um semi strip-tease involuntário. Mas fala aí, festa de esportes de ex-alunos do colégio tem que tem algum mico senão não tem graça, né? O meu foi até pequeno comparado ao mico dos outros, os ex-alunos com a familia completa, comendo espetinho e bebendo cerveja. Mas a verdade é que andar naquele jardim e olhar pros janelões cheios de beija-flor, me deu a sensação de que nenhum tempo passou. Parece ontem o dia em que as minhas preocupações era tirar C de química e trocar doçuras no intervalo com cheiro de bala de maça verde. Tudo do bem. Nani nostalgia fechada com um chopp delícia no Senzala com a prima, gente do Santa e memórias mil. Mas futebol... nunca mais.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

No pulso esquerdo o bang-bang
Em suas veias corre
Muito pouco sangue
Mas seu coração
Balança um samba de tamborim
Emite acordes dissonantes
Pelos cinco mil alto-falantes
Senhoras e senhores
Ele põe os olhos grandes
Sobre mim...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Conversas de Mercearia I

- Marilia, mas desde que eu te vi sentada lá na outra ponta da mesa, senti que eu tinha que falar com vc. ( olhar assustadoramente sedutor)
- É mesmo ? (cara de espanto)
- É, mas então me conta um pouco de vc, como vc é?
- Eu... eu sou assim: amo Chico Buarque, brigadeiro e brincos bonitos.
- Sei. No mínimo é corinthiana?
- Não. Quer dizer... agora sou. Ah sei lá. Mas o que tem a ver o corinthians com brincos e Chico Buarque?
- Ah... tipo, vc curte brigadeiro. Mulher que gosta de brigadeiro é corinthiana.
- Oi? (cara de espanto 2). Ué, não existem são-paulinas que gostam de brigadeiro? 90% das mulheres são chocólotras e logo, tem gosto por brigadeiro, isso não se restringe às poucas que torcem para o corinthians.
- O que eu quis dizer é que se vc gosta de Chico Buarque, brigadeiros e brincos vc é uma pessoa que gosta do popular e, portanto, deve ser corinthiana.
- Popular?
- É. Gosta de coisas fáceis. E não é do tipo que só te agrada uma fruta rara do nordeste.
- Vc tá dizendo que eu sou comum, né?( tom de voz bravo)
- to dizendo que vc é linda.
- (silêncio sem gracinha) Mas afinal, vc é corinthiano?
- Puts. Não. Nem curto futebol.
Querida Natalinda,
Ontem fui junto com a Sonia entrevistar o Babenco. Ele mora em uma casa ali bem pertinho dos meus pais, cheias de obra de arte, tudo de muito bom gosto. Acho que eu tinha um pouco de medo dele, mas óbvio que ele foi meigo. A lareira estava ligada ( tá um frio bizarro aqui, Nata) e ele disse: “ Entrem que aqui está quentinho”. Papo vai e papo vem, ele mostrou um livro que eu fiquei apaixonada, “Sonhos de Fellini”, cheio de textos e desenhos do próprio Fellini, tudo muito maluco, mas lúdico, lindo. Aí falamos de cinema brasileiro e ele disse: “ Sabe que estão fazendo um filme na Índia agora que promete muito?”. A Sonia ficou super curiosa... e ele continuou: “ ... até chamaram uma atriz magnifíca que eu tive a oportunidade de conhecer quando filmei O Passado. Nataly Cabanas. Dizem que ela tinha desistido da carreira, mas eu sabia que no fundo ela tinha talento pra essas coisas, nós diretores, sempre sabemos”. Eu ri meio sem graça e disse logo que era sua amiga: “ Ah... Babenco, eu e a Natalinda somos praticamente irmãs. Ela tá lá toda incrível viajando pela índia, aprendendo muito e se divertindo também”. Ele veio com aquele sotaque argentino e falou todo convicto “ Viu Sonia, essa é uma da nova geração que promete”. Ele ficou tão empolgado que ofereceu até um vinho. O papo tava tão bom que eu quase aceitei. Mas depois achei que não seria conviniente. Falamos de cinema e de ser artista e ele contou que começou a carreira tirando fotos de polaroid pela noite. Aí lembrei daquela nossa foto clássica no Platimbanda quando vc foi pro Rio, lembra? Aperto de saudade. Beijo no coração. Mazi
Ps: quase esqueço de te dizer. Ele disse que te quer no próximo filme. Eu falei que passava o recado desde que pudesse bisbilhotar as fimagens. :)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Tipo blog de moda


Natalinda está na Índia, filmando um longa-metragem. Sim, nós temos amigas que fazem longas-metragem e ainda são só sucesso. Vai dizer, ela não arrasou nesse visual Sári? Enquanto por aqui a gente se contorce de saudade. Natalinda, quero saber dos seus Pá Amb Tomacas da vida e dos tropeços de motoca. Conta tudo, sopra as ternurinhas pro lado de cá vai...

Beijo- azeitona- saudade

Mazi

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Mumunhas

É que você ouve o que eu digo com uma curisidade pura. Quer saber de verdade o que passa pela minha cabecinha. Isso é tão lindo. E raro, eu sei -- quase ninguém tá interessado nas minhas coisas prosaicas.

***
... e então quando fui te resgatar lá longe você disse que não deveria ter aparecido. Porque eu não merecia. Voilá. Mas abraçou e ficou ali, pseudo-resistente.Teve aquele outro dia também, que você me cutucou tanto com alfinetadas ácidas que eu, perdida, perguntei: “Qual é o seu problema?”. E vc me respondeu, olhando pra baixo, envergonhado: “ ciúme, né?” Outras mumunhas mais... Obrigada, sempre. Por me fazer dar risada e por me contagiar com a sua leveza única e deliciosa. Porque adoro que você segura na minha mão sem medo nenhum. E fala mal de Bossa Nova sem a menor vergonha. É impressionante como a gente tem mais cuidade com aquilo que não é nosso. Lá longe a gente escuta, juntos, a pausa da batida no coração. Baião de dois. Obrigada.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008


“Veja você, arco-íris já mudou e cor...” cantam alto, gostam de bala mentos e de se perder em livrarias. Duas moreninhas, filhas de oxum. Uma taurina carinhosa e uma geminiana perdida. Andando a praia da baleia, juntas. Batucada de bamba, cadência bonita do samba. Ninguém leva elas a sério por causa da voz de meninotinhas e as florzinhas no cabelo. Mas tudo bem, elas não se importam, cantam aos berros no carro: “Foi a tesoura do desejo, desejo mesmo de mudar!”. 800 horas de trânsito na Rio Santos e um cochilo bom depois do almoço. Doces as duas são. E agressivas quando pisam no calinho delas: “Que pasó Tami? Vou bater!!!”. E se mexem só no sapatinho. Ás vezes, com lagrimitas en los ojos negros e sempre entedimento mútuo. Uma gosta de Cortázar, a outra de Borges. Ambas se encantam com o poetinha: “ vivo um pouco cansado, cansado da vida”. E põe força na voz, junto com Gal: “Não se assuste pessoa, se eu lhe disser que a vida é boa”. E sopram ternuras terrestres nos ouvidos das pessoas queridas. Gracias por todo Támita de mi corazón.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Frases pescadas da fila do show do Mundo Livre no Studio Sp

- Tipo assim cara, casamento é uma instituição que eu não acredito muito, saca?
- To falando sério: o rock é o melhor antídoto contra o envelhecimento precoce
- Deveria existir uma fila separada só para as pessoas que estão tristes
- Ouw, vai lá com o seu MTB e dá uma carteirada.
- Mano! Quando eu ia imaginar que um dia eu estaria abraçando a ex- mulher do meu ex-marido. Mas a verdade é que eu sempre gostei de vc.
- Sorry but I don´t speak portuguese ( menina saindo do banheiro do boteco do lado do Studio)
- Really? Where are you from?
- Czech Republic.
- Nice. What are you doing in Brazil?
- Shit ( com um sorrisinho europeu)
- Ahhh mas eu não quero ser titular, topo ser o reserva do seu coração ( jornalista conhecido)

Após algumas horas e conversas com desconhecidos depois... tudo se neutralizou com o balanço e o astral da Bebel ouvindo aquele homem cantar: “ Vem cheirar Minha flor”...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O olhar de Schopenhauer

Eu já fiz o perfil dele, mas não adianta. Ele quer mais: ôoooo menino voraz, esse! Ele quer confete, quer saber que a gente tá com saudade dele. E quem não tem saudade de vc, Schopenhauer? Do seu jeitinho de menino maluquinho e displiscente? Saudade do jeito libriano. Da batida no violão: “Porque fizeste sultão de mim, alegre menina”. Do momento exato disparo da risada roubada. Do mal-humor quando o Palmeiras perde e o suspiro arrependido: “eu não presto mesmo. Não valho um real”. O ar soberbo de quem acha que me conhece: “Ah... você é assim né. Com vc tem que ser não-sei-de-que-jeito. Eu te conheço, sei que vc valoriza x,y,z”. Saudade do jeito de driblar a minha raiva e me fazer rir. Sempre. E vai embora deixando pinçadas no coração. Pronto. Satisfeito? Agora pode me mandar meu presente. Como un pancito de diós.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O dia em que o posto de Chico Buarque ficou abalado

foto: Pedro Abreu
Fui na pré-estréia do filme do Waltinho Moreira Salles "Linha de passe", ontem. Saindo da redação, minha chefe me disse: " eu conheço o Waltinho, vai la se apresenta, diz que eu mandei um beijo e volta com uma aspas dele".Apensar de cansada, pô é uma pauta legal. Chegando lá, estava tudo meio bagunçado, um monte de gente correndo para todos os lados. Me estapiei entre as 400 mil mini-repórteres de sites de celebridades e os 800 fotógrafos brutamontes. Logo vi uma repórter biscazinha. Sempre tem uma né? Ela estava falando a cinco centrímetros da boca dele e eu pensei: “gente, que coisa baixa, que menina vulgar”. E continuei na minha luta para chegar ao meu objetivo. Até que ele, o Waltinho - vulgo APOLO, viu que eu quase morri esmagada e me resgatou ali no meio. Caras, prestem atenção: ele pegou a minha mão e me puxou. Como um príncipe que salva uma princesa da areia movediça. Já imaginei contando para as minhas amiga: “He took me out from misery.” Mas calma, a coisa não parou por aí não... Ele me olhou e disse: “ufa né?” , abriu aquele sorriso indecente e deu um beijinho na bochecha. Repito: ganhei uma bitoca do Waltinho. E durante meus minutos de mini -entrevista em busca de aspas ele ficou segurando a minha mão. Agora, me digam, qual era a possibilidade de eu conseguir me concentrar na entrevista, com ele olhando bem pertinho - tá também fiquei a cinco centímetros e ainda por cima segurando minha mão? Fiz uma pergunta - idiota, claro. E enquanto ele respondia, me perdi nos olhinhos pequenos, sentindo a mão dele, completamente inebriada pelo tom de voz.... podia ouvir a trilha sonora do Gustavo Santaola, e pensava: "sim, aceito me casar com vc e ser sua contra-regra pro resto da vida, carregando claquete e fazendo café para a equipe de mil pessoas". Voltando ao planeta terra, ele disse: "Infelizmente, tenho que ir". Sim, ele disse infelizmente -- ou seja, estar no meio do caos segurando a mão de uma mísera repórter descabelada, estava agradável -- e se perdeu no meio da multidão. Eu? fiquei segurando meu bloquinho no maior estilo “foca apaixonada”. Depois dessa, até Chico Buarque ficou com o posto abalado. Vote for Waltinho.
ps: crédito ao e-mail da Luciana Seleme.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Some things never change -- ainda bem.

Chegamos no ponto máximo da amizade. Escolhemos ir para praia, só e somente só, nós três. Mesmo com a previsão de chuva durante todo o final de semana, mesmo tendo que voltar cedo no domingo, mesmo estando cada uma com suas pequenas bandeirinhas da neurose. O ponto máximo - escolher ir para praia com suas amigas para assistir DVD, fofocar, comer chocolate, dar uma choradinha e dormir. Isso, minha gente, é muita intimidade. Foram muitos finais de semana e feriados naquela casa da baleia. 400 meninas empilhadas em camas e bi-camas, conversando até o amanhecer. Sempre atentas aos vizinhos do condomínio e alugando os pais: “Puuuuurfa pai, leva a gente até o sirena, a gente volta cedo, tipo 4 da manhã”. O ritual? Troca -troca de roupas e de expectativas. 499 vezes. Dançando horrores nas pistas da vida, reclamando das desilusões no caminho de volta e analisando uma a vida da outra com propriedade psicanalítica, sempre. Dormir até uma tarde, tomar o pior sol, ficar ultra bronzeada e andar até a barra do Sahy para tomar sorvete. Foram muitos filmes de mulherzinhas e brigadeiros naquele sofá. Flertes na piscina, até a mão ficar enrrugadinha. Sempre nós. Uma segurando a borda do coração da outra, não deixando sair nada fora da ordem. Os primeiros porres, chuvas e mais chuvas. Mandingas e simpatias: calcinhas da cor do amor. Os primeiros piripaques e sempre, sempre o refúgio de nosostras. Na fase do regime, na fase do pé na jaca, na fase do chororô, do vestibular, do descanso. Sempre. E esse final de semana foi assim também. 3 dvds debaixo do cobertor dando risada, com lulinha frita e troca de cremes hidratantes: “o meu é ótimo, já vem com protetor solar”. “ ah... gente, tem que experimentar esse sabonete exfoliante”, “alguém tem um elástico de cabelo para me emprestar ? ”. É muita intimidade. A gente não precisa falar mais nada. Agora, podemos dormir as 11 da noite felizes e contentes. E voltar no domingo de manhã mergulhadas em nostalgia, ouvir as músicas da época de Santa Cruz. Obrigada amadas. Yá lo. Que seria da minha vida sem vcs?

Loirinho

Assim...é o único loiro do meu coração. Posto conquistado com muito afinco e muita fidelidade. De ambos os lados. O Rô é o maior presente que a Puc me deu. Foi uma das primeiras pessoas que eu conheci naquela faculdade maluca e é uma das únicas que permanece até hoje assim, intocável, só com coisas boas. O loirinho é o Ro, o Rodrigo Pipponzi. A gente se respeita e encontra religiosamente um tempo pra bater as agendas lotadas. Completamente DOENTE por futebol, assunto que não acaba nunca para esse torcedor roxinho do Palestra. Artilheiro do campeonato, pega no pé dos meninos pra eles treinarem e não bebe um dia antes de jogo. Eu adoro saber que eu vou convidar e que ele vai, mesmo que tiver compromisso, ele dá um jeito. Coisa de homem. Papo ótimo, sempre com os dois olhinhos verdes bem atentos. Loirinho equilibrado que me puxa para terra quando levanto vôo na minha loucura. Me aguenta nas piores fases, em que eu estou melancólica, chorando as pitangas, me ouve e ri das minhas mazelas. Coisa de homem. Me fala a verdade e sempre me protege porque é assim: um homem de verdade. É o pacote mais saboroso daquela patota: ele, a namorada linda, os jogos no clube e as músicas do Pearl Jam. O doido até me viciou numa. Bem eu, a menina-MPB, me pego insistindo: “Roooooo coloca aquela música pra mim”. O loirinho vai lá e eu saio cantando feliz da vida “It´s ok, it´s okaaaaay”. São trocas de trabalho, viagens juntos, piadas autênticas e um jeito todo peculiar de ser o amigo da curvinha do coração. Amizade que a gente nem questiona porque sabe, por alguma razão irracional, que não tem fim.