segunda-feira, 27 de outubro de 2008

dos finais de semana

e um vaga-lume
lanterneiro que riscou
um psiu de luz ( do Guimarães, óbvio)

... psiu daqui e dali. Na Barra do Una. Um coral de 4 azeitoninhas reunidas, cantando alto: “Cause I´m leaving on a jet plane, I don´t know when I´ll be back again...”. E rindo do Kevin Costner no “dançando com lobos” e andando em praia de tombo, dividindo sonhos terrestres. São 4 vaga-lumes atrapalhadinhos, não têm hora de brilhar, nem de apagar a luz. Mas gostam de biscoito de banana com canela. E permanecem com olhos abertos mesmo com o maior sono do mundo. Lindas essas meninas que falam sobre cores de almofada e mergulham e mares bravos, cheios de ondas. São fiozinhos saindo da terra, em busca de algum psiu de luz.

carta de Mãe XVI

Filhinha aprenda a se blindar contra seus inimigos:
“Braços abertos
Coração ferido
Que o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo
Se interponha entre eu e o perigo”

Outra:
“São Miguel Arcanjo que venceu o dragão do Mal
Proteja e defenda o meu corpo e a minha alma de todos os perigos
Com sua espada de Luz . Amen” [essa eu rezo todas as noites antes de dormir;

E a mais famosa é a Oração a São Bento:
“A cruz de Cristo seja minha Luz
Não seja o dragão o meu guia
Afasta-te Satanás.
Não me ofereças coisas vãs.
É mal o que tu me ofereces.
Bebe tu mesmo o teu veneno” [é a que a vovó rezava]

São todas orações muito poderosas.Escolha a que mais tocar seu coração e reze,sempre,que se encontrar
em perigo. Ponha fé nas palavras — elas são poderosas.

Alguém vai dizer que não?
AMEN.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

mumunhas

Entre panos e cores, você aparece de novo. Faz uma brincadeira, abraça aquele abraço que tira meus pés do chão. Eu caço só o rastrinhos dos olhos verdes. E quero roubar seus óculos para você nunca mais olhar ninguém desse jeito que você olha pra mim. E você aperta minha mão. Ah... esse coração sitiado, cheio de grades por todos os cantos. Afeto escorrendo pelos buraquinhos, escapados nas frestrinhas de luz. Como é possível se sentir tão segura perto de alguém? A gente não se aguenta ... será que você pode rir mais um pouquinho? Esse riso feliz, virado pra alegria do mundo? É que você sorri prometendo tudo- embrulhado em ouro. Vamos partilhar o fogo e colher gravetos. Vamos subir em silêncio até o céu e pintá-lo de vermelho? I was born to love magic. Você, passageiro - usocapião :) de pensamentos lindos. Pega aquela florzinha amarela ali, vai...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Sobre a namorada dos amigos homens

Então, mas difícil que lidar com os amigos homens. É ter que lidar com as namoradas dos amigos homens. Uh -lá-lá. É ... porque nem sempre os ciúmes são declarados, as vezes elas têm ciúme das suas amigas e não de vc e acabam misturando todas as bolas. Podem até ser queridas, mas não sabem manifestar... Então eu fiz um pequeno guia, para as que sofrem do mesmo mal que eu: Adoram seus amigos e têm dificuldade de encaixar da maneira certa, essas meninas que não tem culpa de nada, na sua vida.
- A namo novata: coitada. Seu amigo não dá muita bola ( porque está inseguro). Ela, chega em uma patota (que não a dela), lotada de meninas que dominam o ambiente e marcam o território. Acaba por ficar tímida e ganhar a compaixão dos meninos da patota, causando então uma revolta geral na ala feminina. sintoma nas amigas mulheres: DÓ
- A inteligente: essa é bem esperta, vive na base do “ se não pode vencê-los junte-se a eles”. Em vez de bater de frente com as amigas mulheres, trata elas muito bem, é simpática, sabe perceber quando a hora não é dela, ademais, é querida, tem senso de humor e não deixa transparecer o ciúme exageradamente. sintoma nas amigas mulheres: DESCONFIANÇA
- A dissimulada: essa é fogo. É... ela trata mal o seu amigo na frente de todos, depois arma barracos de ciúme. O coitado sempre sem reação. Ela faz imposições, priva ele de estar com o grupo que, evidentemente, a detesta e ainda por cima... se faz de vítima. Sintoma nas amigas mulheres: RAIVA
- A doentinha: hum. essa é díficil. É do tipo que está sempre com uma tossezinha, uma dorzinha de cabeça, um machucadinho no pé. Seu amigo, coitado, passa de namorado à enfermeiro: “foi mal, galera mas não vou faser a trilha porque a fulana não tá muito legal”. sintomas nas amigas mulheres: BODE
- A ciumenta: Ah... meio mais do mesmo, né? Esse gênero cria casos, proíbe seu amigo de falar com amigas mulheres, é controladora e não suporta que antes dela, já tenha existido outras mulheres na vida dele. sintoma nas amigas mulheres: HIHI VINGANÇA
- A quietinha: Ah... tem sempre um amigo que inventa de namorar uma pseudo- freira. E olha que eu mesma sou bem santinha. Mas essas, não comem, não bebem, palavrão-deusmelivre, não entendem de cinema, não gostam de pisar na terra, tem medo de água gelada. Sintoma nas amigas mulheres: SONO
- A clássica: eu sempre respeito as tradições, portanto para falar das clássicas, é necessário dizer que tenho por elas, grande respeito. Ser a namo de um amigo clássica constitui em : ser ciumenta, birrenta, ter personalidade, saber usar o poder, ser discreta e inteligente. Sintoma nas amigas mulheres: MEDO
- A ideal : aha. Não é qualquer uma e não é comum. Mas eu já encontrei algumas que hoje moram no coração. A namo ideal é aquela que despretensiosamente chega e vira sua amiga também. Não é espaçosa, mas tem tanta graça e é tão segura de si, que acaba por conquistar o afeto da smigas mulheres sem forçar nada, de uma maneira muito natural. Além de tudo, ri das histórias do passado sem mágoas ou ressentimentos. Sintoma nas amigas mulheres: PARCERIA

Ai que saudades eu tenho da Bahia

Aí ele amarrou uma pulseirinha do Senhor do Bonfim no pulso dela: ‘faz três desejos, mas não pode contar para ninguém senão não realiza tá?”. Ela obedeceu. Fechou os olhos e pensou bem forte. Ali no fundo, som de capoeira e cheirinho de Maresia. Plin plin. Se realizaram os pedidos? Ninguém sabe...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Olha ele aí

Agora ninguém segura esse baixinho- ele caiu na rede. Vai viciar todo mundo nas expressõezinhas e vícios de linguagem. É um pega pra capá - é verdade. Mas não dá pra largar. Eita amor que é pior que vício: a gente briga muito. Mas não adianta, eu não largo dele. Pode o mundo estar acabando, seqüestros, crise dos bancos centrais... porque me emociona toda vez que eu leio as matérias dele e vejo que tem a personalidade dele. Amo quando ele ri das obveidades da vida. Mesmo com as alfinetadinhas que doem como caquinhos de vidro no fim de festa, ele mora no coração. E quando penso que vou dar um gelo nele, não consigo. Não consigo porque ele tem um risinho entrecortado que eu adoro. Ele canta músicas bregas de um jeitinho de verdade que é só dele. Ele dança comigo na na pista quando todo mundo tá parado. E saber ser adorável. Bem vindo pildo: blogdoxote.blogspot.com

quinta-feira, 16 de outubro de 2008


Querida Natalinda,
E não é que eu entrevistei o Lenine? Sim. Foi ali num hotelzinho na Alameda Lorena. Ele chegou uma hora atrasado, todo esbaforido me perguntou: “Vc se importa de eu comer durante a entrevista?”´Dãr. Óbvio que não, aliás isso é um prato cheio pro meu abre: “será que ele é vegetariano? será que toma suco, refrigerante ou whisky?” Rá - nada. Tomou água e comeu carne vermelha - como eu amo pessoas que não são óbvias, Nata! Começamos a falar de música, carreira e manias. Ele me disse que é casado há 30 anos, encheu a boca para falar dos filhos... e depois falamos de orquideas. Ele é um “orquidoido”, como ele mesmo diz, me explicou todo o ciclo e a beleza dessa espécie de flor de uma maneira tão interessante que acabei ficando meio “orquidoidinha” também - saí de lá, louca pra comprar uma amarelinha e deixar lá em casa. Enfim, falando de orquideas, ele me contou que conheceu vc ali, num orquidário em Recife, certa ocasião que vc tava de férias com a Isabela: “ Ela era tão impressionante que eu achei fosse uma orquidea ali no meio de tantas outras”. Eu falei que sim, sim vc era uma florzinha de raposa e pasme! Ele me contou que conhece flores de raposa e que elas são quase tão raras quanto às “labiatas” que é o nome do disco dele. A entrevista foi demais Nata. Aquele olhões verdes e o sorriso afável fazem juz ao compositor do olho de peixe. Lembra daquela aula do waltinho? que ele colocou pra gente o cd do Lenine e a gente ficou arrepiada ouvido: “eu tava na beira da praia ouvindo as pancadas das ondas do mar?” Eu ouvi esse cd até riscar. Depois perguntei pra ele se o lirismo amoroso era uma fonte de inspiração: ele sorriu, suspirou, olhou no meu olho e disse: “ no fim, sempre é a mulher, eu não seria nada sem a minha”. Eu sorri, cúmplice. Conversamos por mais algumas meias-horas. Ele me avisou que vai fazer um show em Cáceres, na Extremadura, e que é pra vc procurar ele lá. Eu disse que repassava o recado desde que eu pudesse ir também. Rimos muito. No fim eu só pensava: “meu deus... que pessoa LEVE” e enquanto eu divagava ele me disse, todo buni: “Vc tem conhecimento, mas não é pretensiosa”. Pode? Fui dormir feliz e no meu sonho ainda embalava ... “pois no dia em que oce foi embora/ Eu fiquei sozinho olhando o sol morrer/Por entre as ruínas de santa cruz ...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

tipo direto da Índia


Depois da semana em que gravamos naquela vila rural chamada Auroville, voltamos a medonha Chennai. Medonha pelos corvos de bico negro que reluz como onix puro, e olhinhos injetados que pousam ao meu lado na maior cara-de-pau. Em muitas horas me sinto sobrando por aqui com os meus nojinhos e medinhos. Estamos hospedadas no flat da produtora Prasad Studios, é um condominio de predios com verde e piscina, um oasis no meio da caotica metropole. Mas todo e qualquer estranheza é abafado pelo perfume de lírio que escapa dos cabelos das indianas. É tão bom. Ontem mesmo topei com um indiano no elevador que levava numa sacolinha de plastico um ramo de flores: “é pra sua esposa né?” - tentei articular, mas ele desceu rápido no terceiro andar e subi ao sétimo, envolta no ar de lirio que se formou ali. E me lembrei de vc querida. Da tentativa de convencer as meninas a usar flor na festa do chute o balde, lembra? Da florzinha que vc usa no ar-condicionado do carro, e de todo o perfume e doçura que vc exala por onde passa, sempre.Te mando muito amor...pelo computador.Beijos com saudades Nataly

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Sobre a amizade entre homens e mulheres

É sempre um assunto polêmico esse da amizade entre homens e mulheres. Há quem acredite que não existe, ou quem não consegue ser amiga de homem. Sei lá o que se passa na cabeça de cada um. Mas eu sempre tive muitos e bons amigos. São anos de experiência, mil e um tropeços, 499 conflitos, mas existe. É só uma questão de querer - amizade only- de ambas partes. Quando eu digo só amizade, não quer dizer que nunca tenha passado pela cabeça de algum dos dois viver algo a mais - isso sim, é quase impossível. Mas o importante é manter o respeito e o afeto. E uma vez conquistada, a amizade de um homem, pode ser até mais fiel do que de uma mulher. Aí vai um mapa para quem quer se aventurar nessa deliciosa história de ter amigos homens.
O querido - ele é presente, companheiro e carismático. Agüenta a gente em momentos de stress, tpm, compreendem tudo do universo feminino, sabem dar colo em dias que a auto-estima está no chão. E... normalmente são gays.
O ciumento - Rárá. Os amigos ciumentos são assim: querem que você seja feliz, realizada, que se divirta... mas não deixam nenhum homem chegar perto de você. Em um ambiente de azaração colam no teu pescoço de uma maneira que todos os outros homens do recinto acham que vc é comprometida. Mas lógico, é só ciúme de amigo, sem malícia. tsc tsc.
O interessante - ele é super seu amigo, sabe trocar idéias, entende de culinária, conhece ritmos musicais inimagináveis, tem bom papo, senso de humor, adora as suas histórias, é lindo de morrer e completamente apaixonado pela namorada - que óbvio - é chata, mal-humorada e nãotemnadaavercomelepeloamordedeus!
O interesseiro - esse é super interessado - nas suas amigas. Ele simplesmente ADORA sair com você, te ver, conversar - desde que você seja uma padaria de amigas bonitas e tenha uma para oferecer a cada 45 minutos. Ah... claro, não se esqueça: ele pensa naquele ditado de que vacas malhadas não andam com pardas - então não perde a chance de tirar uma casquinha de vc também - tudo na maior amizade,claro.
O confuso - esse tipo é incrível. Vive em conflito: na vida profissional, pessoal. Não tem hora, está sempre em dúvida das coisas, é a incoerência personificada. Mil dramas, bagunças até ... com vc. Que passa do título de melhor amiga- tipo “mãe” à salvação e “ a mulher da minha vida”, em questão de minutos. Mesmo que sejam comprometidos, mesmo que estejam apaixonados, depois de uns copinhos de cerveja lá vem com o jeitinho carinhoso e o discurso “nunca te disse... mas vc é muito especial”.
O namorado da amiga- esses são ÓTEMOS. Os legais, claro. Porque tem sempre aquela amiga que namora um mala. Mas geralmente eles querem conquistar as amigas então tratam bem, são queridos, apresentam os amigos com a esperança de rolar mais um casal na patota e ainda por cima têm paciência de escutar mulherices.
O amigo do namorado - à parte dos que competem com vc, é um gênero muito bom. Normalmente são engraçados, cheios de histórias para contar, adoram dividir momentos de afinidade, adotam a gente em momentos de tensão e passam a te considerar como uma irmã, além de tudo, nos protegem.
O bipolar - Então... complicado. Esse amigo é aquele que você não gosta, é pesado, mas por qualquer razão inexplicavel, a gente não desiste deles. É do tipo que um dia te trata como uma princesa, no outro não olha na sua cara. É perfeitamente capaz de te ouvir, te procurar e um belo dia ser grosseiro porque o time de futebol perdeu. Adquirem intimidade muito rapidamente e não têm nenhum peso na consciência de sumir do mapa de uma hora para outra.
O ressentido - Esse é o mais difícil. Fruto de uma paixão que não deu certo(na visão dele) ele não se acostuma com a idéia de ser só seu amigo, então passa a te tratar mal, vive dando alfinetadas e soltando espinhos. Mas quando precisa de um favorzinho, não têm a menor vergonha de abusar da intimidade conquistada em outrora e sapateam na culpa que a gente sente por ter rejeitado eles.
O de verdade - bom demais. Esse tipo é aquele que era um paquera, virou um casinho e a afinidade era tanta que vcs resolveram ser amigos. Ele te conhece bem, sabe das suas manias e defeitos,é um conselheiro de mão cheia e... te adora. É o melhor tipo de amigo- têm a cisma e a atração resolvidos e te consideram uma amiga de verdade e não uma ficada em potencial e além de tudo, fazem questão de namorar pessoas queridas.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Efeitos de mercearia

... e aí que eu não ia beber muito, ia voltar cedo para casa porque era só uma reuniãozinha de meninas no bar. Papo vai, papo vem, uma se empolga, a outra conta que pegou o ex no flagra e ainda riscou o carro da dita cuja, aí desce mais uma gelada França!, e vem caipirinha, vai cachacinha. Uma chora as pitangas, a outra conta que está saindo com um cara, ou melhor, um menino 4 anos mais novo. Fala bem, fala mal - risadas estridentes. E maaaaaaais cerveja. Vai dando aquela animadinha (né Bebs?), sabe? O sambinha começa a ecoar na cabeça “ não deixe o samba morrer...”, o tom de voz cobeça a subir, as meninas se abraçam. Até que, uma- querida-papaanjo-ciumenta solta um: “vamos para a festa, meninas? vai ter música boa”. Ok, vcs sabem o que é um galinheiro? Agora imagina um galinheiro gracioso e levemente embriagado: isso era a nossa mesa no mercearia. Vai uma, duas, três... mil meninas patinando, rumo à tal da festa. Detalhe: em um lugar que a gente frequentava quando nem tínhamos carta de motorista - mas afinal, quem se importa com isso quando o mundo é cor-de-rosa e carvão e tudo que se quer e "rastar o pé" em uma pixtinha? Animadinha vai, animadinha vem. Conhece um, dispensa o outro, baila um pouquinho, segura um pouquinho e... 4:30 alguém desmaia na cama com a cabeça latejando, ufa! Lá no fundinho ainda dá pra ouvir: “acabou chorare ficou tudo lindo...”

Ralstonites

Ela está linda como sempre. Ainda conserva aquela risada genuína e um jeitinho de brincar com a vida que eu adoro. O abraço toma a forma do corpo e ela corresponde sempre aos sinais de afeto. Foram 2 anos longe dessa Iansã e ontem ela voltou. Como todo mundo que chega de uma viagem longa , guarda uma certa curiosidade e cansaço no olhar. Eu sei bem como é isso, fim de viagem, a gente fica cansada... quer chegar em casa, matar a saudade das ternurinhas... aí chega aqui, olha para aquela marginal, sente o peso da “vida real” e dá uma mini-pane no sistema. Mas isso passa ( viu Cá?), amém. E ... ela tá assim, meio aérea -um pouco aqui e um pouco ainda lá. Eu não. Eu to ótima - porque ela voltou. E feliz que a gente vai ficar 40 mil horas contando tudo, vamos assistir filmes do Woody Allen e falar sobre os mistérios da terra. Ela vai me ensinar expressões em catalão e vai respirar fundo quando colocar os pés no mar. É a minha maluquinha beleza mais querida. O vício mais doce. Bien -venida mi trocito de pan.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Pequenita sagrada


Essa peque, acreditem, foi nomeada uma "deusa viva". Quando vi essa foto , não aguentei. Matine Shakya tem 3 aninhos e passou por procedimentos naturais - não me perguntem quais - no Nepal, antes de ser a escolhida para substituir a atual Kumari real de 12 anos. Parece que como está chegando na puberdade, é considerada “impura para o cargo”. Com os olhos desse tamanho, essa peque-deusa vai longe, no maior estilo "Yashodhara", princesa, guerreira, ermitã.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008


Buenos Aires tem cheiro de baunilha. Luzes sépia e vento na medida certa- não faz fechar os olhos, mas movimenta os corações. Foram 2 dias. Um “recital” do Dave Matthews, um “asado” en el norte e todos hablando la lengua mas dulce. Nosso pibe, Maxi já tava esperava a gente no aeroporto todo cavalheiro - como um bom argentino que é. Logo ligou o som e disse felizinho : “ Chicas, a mi me encanta Natiruts”. Sorrimos. Foi o primeiro dos 89897897897 sorrisos da nossa nani-viagem.
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Nós duas de novo. Nenas para cima e para baixo, igualzinho há quatro anos. Estiradas em gramadões com aquele solzinho enviado por Deus; entrando e saindo de tiendas, entupidas de helado de doce-de-leite e “patinado” no nosso cas-te-lla-no. A tomar una cerveza e dar risada das coisas que eles dizem. “Si... pero los brasileños no son facheros como nosotros - hay que se estrechar lazos Brasil y Argentina”. Sim, Maxi, sim. Chamuchando siempre.
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O mais lindo é ver as diferenças de linguagem - amo. Nacho disse que acha que os brasileiros são mais inteligentes porque usamos o verbo “experimentar” ao invés de “probar” - “Pues claro, Marilia - o sea- cuando se experimenta, se vive con todos los sentidos”. Embrulha. Sim, Nacho, mas vocês usam “que buena onda” enquanto a gente só tem um “legal” sem graça.

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Aí rola aquele momento que é o mais especial das viagens - o minuto exato em que a cabeça levanta vôo, sem nenhuma censura... se va hasta el infinito com a imaginação, só pensando coisas lindas e absurdas: “Nossa, eu muito moraria aqui nessa casinha na beira do rio da prata e tomaria ‘mate’ e dançaria quartetos e acariciaria esse cabelinho compridinho deles e deixaria todo o meu mundo pra trás”. ups - ok, digressão de los piensamientos, suspiro do mundo, epifania, alumbramentos - lo que sea.

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Como estávamos com o nosso pibe argetininho, vimos uma Buenos Aires muito pouco óbvia: familias argentinas no rio, comendo cachorro quente e passeando por ruelinhas com ar de primavera - llenas de azaléias floridas. Eles continuam lindos, elegantes e sedutores. Elas agora não têm mais cabelos modernos - deixam até a cintura, contemplam um olhar de independência e são, juro, pandas. Pandocas total. Não vimos nenhuma argentina de mala-leche.

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Eles falam do Boca como os nossos falam do Corinthians. Na bombonera tinha um cartaz gigante com as cores do time, escrito: “Colores de la passion” - quase um “ eu nunca vou te abandonar porque eu te amo”. Afetivos e convictos, esses argentinos :“ Ves, Marilia acá hay muchas canciones para Maradona” Foram 45 minutos falando da vida do homem, como o físico dele é incrível - praticamente um mutante e pasmem! como ele é bom pai: “ a las hijas les quiere mucho, hace de todo por ellas” - quase me sensibilizei - disse quase porque não, o Maradona ainda não é alguém que me toca profundamente.

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Quem me toca é o Bioy Casares e o jeito que eles olham quando a gente passa na rua. A curiosidade que elas têm de saber de nós brasileñas e uma certa melancolia na voz quando eles falam da crise financeira : “Pero Brasil está mucho mejor” - naaaaaao, a gente nunca vai estar porque não temos nem 1/5 dessa força deles.

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E metade ficou lá. Num barquinho distante, no rio da prata. Com ventinho gelado e cheiro de baunilha

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Buenos Aires

... e de vento em vento, de galho em galho...