quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Rubem Braga

Isso é bom. Também suprimimos a amizade. É horrível levar as coisas a fundo: a vida é de sua própia natureza leviana e tonta. O amigo que procura manter suas amizades distantes e manda longas cartas sentimentais tem sempre um ar de naufrágo fazendo um apelo. Naufragamos a todo instante no mar bobo do tempo e do espaço, entre as ondas de coisa e sentimentos de todo dfia. Sentimos perfeitamente isso quando a saudade nos corrói, pois então sentimos que nosso gesto mais simples encerra uma traição. (...)
Assim somos na paixão do amor, absurdos e tristes. Por isso nos sentimos tão felizes e livres quando deixamos de amar. Que maravilha, que liberdade sadia em poder viver a vida por nossa conta! Só quem amou muito pode sentir essa doce felicidade gratuita que faz de casa sensação nova um prazer pessoal do qual não devemos dar contas a ninguém. Sentimonos fortes, sólidos e tranqüilos.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Carta da Nanas -- desencadenando siempre


Nilds, esse é ele, e o meu tbm, e é por isso que a gente ama e odeia eles. A gente ama porque eles têm um jeito de dobrar a nossa dureza e retidão com delicadeza e sentimento. Sempre que a gente está pronta pra dizer que "agora chega", "porque isso passou de todos os limites" eles vêm com esse jeitinho pra amolecer o coração.
A gente só não pode deixar que eles sapateiem, porque quem tem o poder tem a tendência inevitável de abusar dele.
Quanto ao teu sentimento, deixe ele gritar. Vc não tem que achar ou fazer que tudo bem agora porque agora pra ele é hora de ficar bem com vc. Fique bem com ele quando esse sentimento se acalmar ou se transformar em outra coisa. mas não passe por cima dele. não por ele. Não mais uma vez.

O Ti!

beijos

Só um gostinho

De quem mora na curvinha do meu coração

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Na cadência bonita do samba

Querida Nataloka,
Semana passada fui entrevistar a Dona Inah. Lindinha!!1 metro e meio de gente, quilômetros de história. Cheguei lá, no bar do alemão e ela já estava toda pronta, echarpe, microfone e unhas vermelhas. Quando me viu, chegou bem pertinho e disse: "Ué, achei que você era loira". E eu: "Não Dona Inah... essa é a Nataly". Ela, fofa: "Ah é... mocinha simpática aquela menina né? Tão cheia de vida... " Aí eu contei pra ela que vc estava na Espanha, que estava feliz, tranquila e com uma pontinha de saudade. E ela me contou, toda-bonitinha, que tinha feito um show na Espanha, que tinha amado esse país. Bom, entramos no papo das tapas, cavas e tudo mais. No fim, ela me disse: "Porque não vamos visitá-la?". Falei que ia colocar ela dentro da minha mala e que íamos te encontrar em Alicante, que te parece, querida ? Ela me disse que se a gente passasse perrengue ( isso ela conhece), a gente pegava o pandeiro e cantava pixinguinha nas ruas: "não tem um coração que não se emociona com Pixinguinha" e eu acredito. Te vemos lá?
Loby you.
Mazi

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Suspiro do mundo

Absolutamente sem palavras
... ah vai saber né?
Dificil entrar num espaço que já foi tão seu com outras pessoas. Mas ele foi muito bem ocupado. E querido, eu fiquei muito feliz. Aos pouquinhos aquele sofá deixa de ser seu. E passa a ser meu. Meu e de quem eu quiser convidar. Te convidei pra um samba e vc não veio. Emoção: ato de mover-se . E o sol começa a raiar... que venha o carnaval...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

... o anel que tu me deste era vidro e se quebrou...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Thats what I´m talking about: SAUDADE

Minhas duas flores de raposa estão longe. Em BCN. Minhas duas flores de raposa estão juntitas no campo mais encantado, hablando la lengua más dulce y aposto, rindo MUITO.
Minhas linduras, estou morrendo de saudades.
Um besote grande y los mayores tamasos totales.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Just wanting...

Patinar no gelo, com aqueles gorrinhos de bolinha da cabeça. Ir pra uma fazenda tomar banho de cachoeira e comer rosquinha de doce-de-leite. Aprender francês direito. Ir até o Rio São Francisco antes da transposição. Ir pra Cuba antes da morte do Fidel. Gritar sem culpa, comer sem culpa, dormir sem culpa, chorar sem culpa, falar eugostodevoce sem culpa. No culpa at all. Tomar mojitos, comprar muitos livros de fotos. Tirar algumas, guardar alguma e rasgar algumas fotos também. Andar de bugue ou na garupa. Ir pra Pipa, comer lula frita e cantar bem alto : mar e sol, giragiragiragiragirassoooool. Colocar água para o beija-flor. Dançar loucamente durante o dia. Aprender a cozinhar. Tomar um banho de ofurô. Fazer saudade. Bailar flamenco. Um beijo na esquina e NEVER LOOK BACK.
Amo.

beijo-não-me-liga


Minha linha do Equador, é o fim da canseira.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Terceira Margem do Rio - Guimarães Rosa


Cê vai, ocê fique, você nunca volte!" Nosso pai suspendeu a resposta. Espiou manso para mim, me acenando de vir também, por uns passos. Temi a ira de nossa mãe, mas obedeci, de vez de jeito. O rumo daquilo me animava, chega que um propósito perguntei: — "Pai, o senhor me leva junto, nessa sua canoa?" Ele só retornou o olhar em mim, e me botou a bênção, com gesto me mandando para trás. Fiz que vim, mas ainda virei, na grota do mato, para saber. Nosso pai entrou na canoa e desamarrou, pelo remar. E a canoa saiu se indo — a sombra dela por igual, feito um jacaré, comprida longa.


A professora do cursinho falava o conto inteirinho de cor, interpretando. Ela usava um batom cor-de-rosa choque. Nunca imaginei que uma professora, que recitasse Guimarães Rosa pudesse usar um batom tão... pouco discreto. Figura inesquecível, aulas também.

Ines Pedrosa

Descobri cedo nas fotografias da minha mãe que a felicidade é uma coleção de instantes suspensos sobre o tempo que só depois de amarelecidos pela ausência se revelam. Nessas fotografias aprendi a não temer o amor e a nostalgia dele, e tornei-me , sem que ela se percebesse, uma outra espécie de caçadora da luz.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Lembrei muito dele nesse final de semana. Acho que é porque tá chegando o Carnaval. Ele é um carnaval. Digno de euforia e quarta-feira de cinzas. Ressaca e ar de amor amanhecido.

carta da Mari --- café com biscoito

Pra variar fiquei pensativa ontem depois de conhecer sua casa
É gostoso ver as coisinhas lá, do jeitinho de vcs sabe. Tudo escolhidinho a dedo. Aquele espaço é o escape do universo, é o colo de mamãe. Os livros são os que vcs escolheram, colocados exatamente do jeitinho que querem que fique.
Tem lustres, velas, prateleiras e o som ambiente a gosto.
Tem fotos gostosas de um verão inesquecível.
A rede na varanda é muito gostosinha também, mas o que mexeu mais comigo foram os livros. A biblioteca na prateleira. Como é gostosa essa biblioteca! Eu também quero a minha.
São livros de meninas, são livros femininos, mas tem também os masculinos. Têm os de faculdade, ou daquele curso que não dá pra esquecer. Alguns estão grifados e com muitos post its, pra marcar frases que a gente se promete que irá cumprir e não cumpre, ou com uma frase bonita que se encaixou perfeitamente naquela fase da vida e que por coincidência, foi indicada por uma pessoa que até então a gente nem tinha tanto carinho, mas agora ama muito, por ter indicado o livro.
Tem cadernos também, né? E diários...ah, esses diários de adolescente. Eu tenho. Outro dia fui procurá-los. Tal foi minha surpresa quando resolvi contar. Mais de vinte! É como se eu tivesse escrito um diário por ano, desde que nasci. Muita coisa pra falar hein.... Tantos amores adolescentes e tantas brigas e rebeldias familiares. Lembro com carinho, porque hoje vejo como errava e como era importante errar! Pra acertar depois, é claro.
Vocês deram para a casa um toque de rosa sutil, mas que eu percebi, e gostei.
Rosa misturado com branco, e com todas as cores das alegrias trazidas da rua. Um lugar pra você chamar de seu.

Nostalgia

Ontem bateu uma. Pequena e leve. Na correria do dia-a-dia, se a gente não pára pra prestar atenção, nem percerbe. Mas bateu. Entrei naqueles corredores grandes, o cheiro ainda é o mesmo. O clima também. Acho que o que me incomodou mais foi saber que eu deixei pra trás, mesmo sem querer. Nunca quis abandonar aquela faculdade. Não foi lá que eu fiz meus amigos, tampouco onde descobri os prazeres da minha profissão. Mas lá eu aprendia, tinha sede de conhecimento. Foram 2 anos de manhãs corridas, verões e invernos. Pães de queijo deliciosos e textos incríveis. Aprendi física quântica, assisti filmes de expressionismo alemão, discuti sobre poesia concreta e aprendi a conviver com as pessoas mais diferentes de mim. Foi um dos primeiros lugares que eu aprendi a ir dirigindo, foi uma das poucas coisas que eu levei a sério por diciplina mesmo. Embora eu saiba que seria inviável levar as duas faculdades juntas, trabalhar e viver... ainda assim... doeu um pouquinho. Mas acho que tudo bem, né? A vida tem dessas coisas mesmo...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

1968 - minha homenagem.

Take another peace of my heart

Como nossos pais

All we need is love

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Rilke


Que, seria, com efeito, uma solidão (faça essa pergunta a si mesmo) que não tivesse grandeza? Há uma solidão só: é grande e difícil de se carregar. Quase todos, em certas horas, gostariam de trocá-la por uma comunhão qualquer, por mais banal que fosse; por uma aparência de acordo insignificante com quem quer que seja; com a pessoas mais indigan. Mas talvez sejam essas, justamente, as horas em que ela cresce, pois o seu crescimento é doloroso como o de um menino triste como o começo das primaveras. Mas tudo isso não deve desorientar. O que se torna preciso é no entanto isto: solidão interior.

Ines Pedrosa

"Amor, amizade, o que é que isso quer dizer? São convenções, minha querida. As pessoas amam-se ou não se amam. Depois há diversas formas de exprimir esse afeto, que vão mudando ao longo dop tempo. O que acontece é que a sua familia é composta por pessoas intensas. Pessoas capazes de suportar a permanência do sentimento, com todos os seus desequilibrios internos, uma vida inteira. "

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008