Querida amiga ciumenta,
"Tengo celos del aire que respiras..." é o que diz a música do grupo corpo. Aqueles dois bailarinos se entrelaçando, ela dependurada no pescoço dele e no fundo a música latente, gritando uma angústia absolutamente incontrolável. Lembra aquilo que o Roland Barthes falou no "Fragmentos de um Discurso Amoroso"? “Como ciumento, sofro quatro vezes: porque sou ciumento, porque me reprovo em sê-lo, porque temo que o meu ciúme magoe o outro e porque me deixo dominar por uma banalidade. Sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e por ser comum” Isso pra mim resume tudo. É horrível, para quem sente principalmente. Agora, acho que não é uma coisa sussa, que a gente controla e tal. Quando vem, é força que corrói, imaginação que voa, medo que brota lá no fundo da alma. Sei bem como é essa sensação, vc não se reconhece, pensa assim: "quem é essa mulher maluca?"... e o pior : quando esse sentimento HORROROSO toma conta da gente... estamos só no mundo. Não tem com quem dividir, porque dá vergonha, é feio... mas não tem como reprimir. Se a gente reprime rola aquele lance de retorno do recalcado. Vem, em momentos piores com muito mais força. Caetano já diria: "O ciúme lançou sua flecha preta e se viu ferido justo na garganta". Ok então, se tem que lidar com isso, lidemos. Só precisa tomar cuidado para que o ciúme não seja parte da nossa velha e conhecida "autosabotation". Ser feliz é uma escolha e já diria o poetinha que " o ciúme é o perfume do amor". A gente sabe que ciúme de verdade não tem nada de perfumado. A coitada da Carmen não foi assassinada porque o sarjentão não se aguentou? E aquele filme: "Te doy mis ojos"? O cara quer a alma da mulher. E ela gosta dele, mas não adianta. É força que brota de dentro. Nem o nosso amado Francisco ficou de fora e traduziu direitinho o ciúme feminino: "Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci". A gente enlouquece, é verdade. Só não percebemos que essa é uma guerra contra a gente mesma. A gente sofre e leva o outro junto com a gente pro buraco. Não é motivo de vergonha, é humano, oras. Mas tem que cuidar do seu ciúme, como se fosse uma doença. Prestar atenção nos momentos que ele vem, reparar se é sério ou não, repensar as razões dos vôos levantados e ... ás vezes, abrir mão desse sentimento. Como? Não sei. Mas tem que achar a sua maneira de abrir mão do ciúme, necessariamente escolhendo ser feliz. E vai dividir com seu homem, conversar com ele o porquê de disso. Será que ele não te dá segurança? Será que as coisas não estão delimitadas? Afinal, se vcs estão juntos e vc se muere de celos, a culpa não é só sua, é um sintoma da relação. E pra fechar, ninguém melhor do que o rei Roberto que fala TUDINHO dessa maluquice: "Meu ciúme, desconfia de você/Me machuca quase sempre/O coração/Quer saber aonde é que/Você vai/Quer saber da sua vida/Toda vez que você sai é sempre assim/Imagino alguém querendo".
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
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5 comentários:
A minha miente, que incrível!
Vc definiu perfeitamente o que nós ciumentinhas sentimos. Me enxerguei!
Quando percebemos, já foi...
Amo!
Correção: Ah minha mienta!
hahahaah
Ai, Mazi... que oportuno!
Adorei!
Bjs
peketita, amei!
ai meuu deus... me incluo nesta lista de ciumentas quase loucas mas não são...
muitos beijos com saudades e com amor. bi.
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