quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Querida Natalinda,
Entrevistei a Zlata Filipovic. Logo que eu cheguei a menina de olhos verdes e profundos deu uma risadinha simpática. Óbvio, boa européia que é, fui dar um abraço e ela me estendeu a mão. Foi lá na Cia das Letras mesmo e foi na minha frente que ela experimentou pela primeira vez, água de côco. Acho que ela não gostou muito, mas foi educada, claro -- disse que achou “interesting”. Falamos de violência, do país dela e da paz que parece tããããããão longe. Me contou que mora na Irlanda e que adora os irlandeses. Disse que tinha conhecido lá em Dublin uma jornalista brasileira linda, super fofa . “Ah... Zlata, é a Nataly”, eu falei, achando graça na coincidência. “ Yes, that´s her, we were supposed to do a trip together but she had to go back to Spain”. Aí contei todo seu drama, que vc estava trabalhando, que tinha um projeto secreto e tal. Ela entendeu, mas me disse que vc combinou de ir junto com ela para o Machu Picchu. Eu disse que quero me juntar a vcs, posso? Tímida e inteligente, ela falou do trabalho que faz na ONU, ah... falou dos absurdos de viver numa situação de guerra. A gente não tem idéia do que é isso, né? Faltar água e luz e ter perigo de bombardearam a sua casa a qualquer momento. Mas rapidamente ela recuperou o lado menina, quando a fotógrafa chegou. Interrompeu a entrevista porque queria passar rímel “ estou viajando há 13 horas”, se justificou ela, toda vaidosa, com um lenço lindo que eu queria roubar pra mim, ups! Ela estava animadíssima para ir pro Rio: “ Nataly told me that there is a nice house of samba there”. Eu disse que sim, mas que aqui em SP a gente tem coisas muito legais tbm. Depois fiquei sabendo que a Tamaza e a Migalinha levaram ela lá no Genésio. Boa escolha, com aquela caipirinha a europeiazinha deve ter ficado só no sapatinho. Ainda assim, ela tem uma tristezinha no olhar que eu não consegui traduzir. Coisa de história, sabe? Coisa que nem a gente, com a nossa super- senbilidade- tabajara, consegue capturar. Mas tá valendo, bora desvendar essa história e sacudir a tristeza?
Loby you.

3 comentários:

Anônimo disse...

Mazoleta de mi corazón...
Quer dizer que a Zlata foi parar aí em Sampa! Que loucura não...
Pois é, ela frequentava a casa do vizinho de porta da Isa, o professor de filologia irlandesa (medo) que era simpaticíssimo, assim como ela. Mesmo assim, ela nunca aceitou os espaghetis a bolognesa que as italianas faziam de quinta-feira. O máximo que compartilhamos foi "one pint of guinness" num pub escuro. Mas foi suficiente pra combinarmos história do Machu Pichu, e vc, claro está incluída. Lobby. n.

Renata disse...

zlata is my sister, vc esqueceu de dizer o quanto ela é panda.
bijos. meu! deixa a nataly postar no blog tb! os comentários dela estão hilários!!!!
beijão

Taynara P. Silva. disse...

li o livro dela e gostei muito dele e da entrevista.Nessa entrevista tem o que exatamente eu queria saber.