Queria medir a quantidade de mudança de uma pessoa. Em quilos, litros, kilômetros. A dizer ... “ fulana ganhou 3 kilos de sabedoria”. Ou então, “ciclano perdeu 8 litros de bons pensamentos”. Seria tão melhor. Poder mensurar a dimensão de uma mudança. Assim, saberia lidar com elas. Sei lá, dependendo do tamanho, nem tentaria convencer alguém a voltar para trás. Ou se fosse uma mudança - para melhor- razoavelmente pequena, já daria para comemorar, sem esperar crescer muito.
Mas o que a gente faz com o famoso : “ Tal pessoa mudou muito” ?
Queria poder guardar as mudanças em gavetas certas, etiquetadas: 1984 : o ano do nascimento. 1998 : o primeiro amor, 2001: a briga que dividiu águas, 2004: ano da liberdade... e por aí vai. Mas a gente esquece, encaixa as mudanças e inventa o que quer lembrar.
E o que a gente faz com o clichê: “Eu mudei, é só isso.”?
Queria registrar a cabeça das pessoas - como em fotografias. Para depois poder colocar lado a lado o ‘antes’ e o ‘depois’. Comparar os traços, as caretices, as novas feições de ideias.
Ficaria tão mais fácil . Aceitar os pequenos egoísmos, as canastrices, a falta de vivacidade, que ás vezes, toma conta das pessoas que a gente gosta.
Queria um cata-vento para assoprar para longe, os maus agouros e as saudades dos antigos verões quentes. A gente não percebe, mas nada é de um dia para o outro. São câmbios que envolvem a gente como um lençol sedoso, indefinido.
Queria me convencer que há coisas que só são bonitas depois de amarelecidas.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
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2 comentários:
amei, ganhei alguns litros de bons sentimentos my love
Mazi,
Venho pensando nisso há tempos, não conseguiria colocar no papel... você consegue de um jeito todo especial!
Queria acreditar que a gente pode mudar muita gente....
fofoleta linda! ;)
Isoca
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