segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Mudou, ponto.

Queria medir a quantidade de mudança de uma pessoa. Em quilos, litros, kilômetros. A dizer ... “ fulana ganhou 3 kilos de sabedoria”. Ou então, “ciclano perdeu 8 litros de bons pensamentos”. Seria tão melhor. Poder mensurar a dimensão de uma mudança. Assim, saberia lidar com elas. Sei lá, dependendo do tamanho, nem tentaria convencer alguém a voltar para trás. Ou se fosse uma mudança - para melhor- razoavelmente pequena, já daria para comemorar, sem esperar crescer muito.
Mas o que a gente faz com o famoso : “ Tal pessoa mudou muito” ?
Queria poder guardar as mudanças em gavetas certas, etiquetadas: 1984 : o ano do nascimento. 1998 : o primeiro amor, 2001: a briga que dividiu águas, 2004: ano da liberdade... e por aí vai. Mas a gente esquece, encaixa as mudanças e inventa o que quer lembrar.
E o que a gente faz com o clichê: “Eu mudei, é só isso.”?
Queria registrar a cabeça das pessoas - como em fotografias. Para depois poder colocar lado a lado o ‘antes’ e o ‘depois’. Comparar os traços, as caretices, as novas feições de ideias.
Ficaria tão mais fácil . Aceitar os pequenos egoísmos, as canastrices, a falta de vivacidade, que ás vezes, toma conta das pessoas que a gente gosta.
Queria um cata-vento para assoprar para longe, os maus agouros e as saudades dos antigos verões quentes. A gente não percebe, mas nada é de um dia para o outro. São câmbios que envolvem a gente como um lençol sedoso, indefinido.
Queria me convencer que há coisas que só são bonitas depois de amarelecidas.

2 comentários:

Ana Carolina Ralston disse...

amei, ganhei alguns litros de bons sentimentos my love

Anônimo disse...

Mazi,

Venho pensando nisso há tempos, não conseguiria colocar no papel... você consegue de um jeito todo especial!

Queria acreditar que a gente pode mudar muita gente....

fofoleta linda! ;)

Isoca