terça-feira, 28 de julho de 2009

Dois minutos. Eu já contei, inúmeras vezes. São dois minutos. Esse é o tempo que demorava para ele virar minha cabeça para baixo. Assim mesmo, papum. Dois minutinhos e beijo- tchau: adeus à Marilia com consciência. Hoje, as coisas são diferentes, demoram 5 minutos. - BRINCADEIRA.
Não tem mais essa história. Acabou o fôlego.
Será que a gente vai deixando a ingenuidade pelo caminho, como diria a Kiru? E até que ponto isso é bom pra gente ?
Eu tinha a sensação de que ele era uma frase - daquelas que estão na ponta da língua - mas que a gente não consegue escrever. Estar perto dele, era andar por uma casa sem nenhum ângulo reto, “torre traçada por Gaudí” - como diria Caetano.
Hoje, tenho um pouco de nostalgia, até. Fico perdida nas pedras invisíveis que eu já taquei nele, nas ressacas de noite mal bebidas e cheias de “choro - canção”. Se tudo fosse lindo e linear, não existiria arte e os analistas estariam desempregados. Pois é. Ás vezes, me visita a esquisitice dessa relação tão espessa e trandescendente. Um cd gravado, a declaração roubada depois de um dia de sol: "você está tão linda, vermelhinha assim...", a estupidez cheia de graça, até na hora de cozinhar um miojo. Pensava na risada dele, ou em como ele ficava desconcertado quando eu estava triste - menino mimado que não foi criado para tristezas. E dois minutos depois, lá estava eu, rindo á toa. Demorava dois minutos.
As meninas achavam ele uma extravagância incoveniente. Uma afronta minha à inteligência. Eu expliquei que ele tinha um não-sei-quê de anjo torto, uma fraqueza ancorada, que me comovia. Aliás, que me comove. Porque difícil é sobreviver a um sentimento que não murcha.
Hoje, acabou o fôlego. Passam dois, dez, 150 minutos e a minha cabeça fica no lugar. Ou quase no lugar. Porque, mesmo inteira, nunca consigo me desviar dele sem olhar com ternura e, claro, um pouco de saudade.

2 comentários:

mari paiva disse...

ai, má, amo vc

Uma Ju disse...

meudeusdocéu!
você é única, mazi. que poder, hein?