sexta-feira, 25 de abril de 2008


Querida Natalinda,
Ontem fui entrevistar o Welligton Nogueira dos doutores da alegria. Quando eu cheguei lá, logo disse que vc tinha mandado um grande beijo. Ele então me contou dos tempos em que vc trocavam palhaçadas e gargalhadas também. Eu disse pra ele que agora com vc o assunto era só tacones e choros gitanos. Ele ficou um pouco triste, acho. Mas depois rimos muito. Ele lembrou de vc andando pelo palco " a palhaça mais graciosa que eu já conheci". Eu concordo Nata. O riso é gracioso, vc não acha?
Conversamos por quase duas horas e acho que foi a entrevista mais sensível que eu já fiz. O cara transborda carisma e sensibilidade. Ele entende de candura, de pureza, de amor. Ele entende de troca ( isso é tão raro hoje em dia!!) e de jogar junto. Me disse coisas importantes: que o mundo está doente, que precisa de um pouco de "besterologia" pra cuidar de tanta gente azeda e descrente. Já me imaginei chegando toda palhaçuda aqui na redação, jorrando água nas florzinhas, falando dialetos e com um nariz de palhaço lilás. Porque a gente é palhaça, mas a gente é fina né querida?Aí eu contei pra ele sobre aquele nosso papo de delicadeza. Lembra? "Talvez no tempo da delicadeza"? Nata, o palhaço concordou comigo. Não existe mais delicadeza e o humor é uma forma de subverter tudo isso. Sabe que mais ele me disse? Que o nariz de palhaço é a menor márcara do mundo escondendo o maior ser-humano. Que existe uma qualidade de silêncio. Vc já pensou nisso? Num silêncio que seja verdadeiro e bonito? Aí eu te pergunto amiga... não é um anjo? Eu sei que é.
Beijo cheio de saudade
Mazi

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