Meninas-mulheres pra começo de conversa, são por definição, escandalosas. Abraçam-se com fervor de quem não se vê há anos mesmo que tenham se visto no dia anterior e passado o dia todo conversando ao telefone. Meninas-mulheres gritam, dançam, ocupam espaço fazem rodinha, fofoca, intriga... Mas tudo, claro, sem nenhuma maldade.
Meninas-mulheres têm a capacidade única de discursar horas sobre a política externa brasileira, discutir seriamente sobre a entrada da Turquia na união européia e no mesmo segundo compartilhar as dores de TPM, dos quilinhos a mais tão difíceis de perder.
Meninas-Mulheres gostam de astrologia, psicologia, ioga, religiões, comida natural. Desenvolvem a espiritualidade, mas analisam a vida com olhares científicos. Têm opinião pra tudo. Futebol, cinema, teatro, dinâmica familiar, o papa e a igreja católica, os professores bons e os ruins, a faculdade como instituição, a miséria, a implantação de botox, a legalização do aborto, a vida pessoal do Rodrigo Santoro, a política de Putin na Rússia e assim por diante. Só não vale ficar quieta.
Meninas-mulheres gostam de um sambinha, cervejinha e um foundizinho. Beijos e abraços fazem das meninas-mulheres afetivas. Meninas-mulheres gostam mesmo é de fazer brigadeiro depois da noitada e de pijamas e pantufas lamentar horas sobre os antigos casos amorosos. Falecidos, ex’s, covardes, crianças, moleques... Lindos, fofos, sedutores, amáveis, carinhosos.
Bem informadas, andam de carro, metrô, táxi ou a pé. A música é essencial na vida de uma menina-mulher. Criar trilhas sonoras, dirigir cantando, dançar até cair um hit dos anos setenta. Passar mal ouvindo um chorinho bem tocado, acreditar que o Chico Buarque compôs aquela música pra você sim e pra mais ninguém. Deitar na rede e relaxar ouvindo Enya. E nunca, jamais, ficar parada ao som de um samba-rock.
Meninas-mulheres odeiam tomar chuva, pegar trânsito. Reclamam de São Paulo, mas amam a vida noturna da Vila Madalena. Falam mal de cinema americano, mas não dispensam uma boa e boba comédia romântica. Tomam coca-ligth, mas não abrem mão do docinho que acompanha o café.
Meninas-mulheres se enchem de orgulho ao dizer “é um tempo pra mim, pra eu ME descobrir, ME valorizar, aprender a ficar sozinha”. Que nada! Carentes, nossas meninas mulheres odeiam ficar sozinha.
Ser menina-mulher é ter coragem de assumir a infantilidade de sua condição. É um aprendizado continuo de saber a hora de falar, de perdoar a si mesma, de ser honesta e de construir sua personalidade. De lutar contra o fantasma culpa, de ver graça nas pequenas poesias da vida. Desenvolver sensibilidade e acima de tudo sempre... O bom humor.
sexta-feira, 25 de abril de 2008
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5 comentários:
G-E-N-I-A-L!
Simplesmente AMO!!
Ai que gostoso ser menina mulher!! As vezes mais menina, as vezes mais mulher, as vezes mais chorona e sempre mais carente. E o mais importante de tudo: muito cheia de amigas!!
Ai que delíiicia esse texto
bah... por que não um curta metragem com isso? roteiro fácil (praticamente escrito no texto), cenas recortadas, narração do peréio: perfeito! haha.
para você ler coisa boa te faz querer correr para escrever ou emudece o teclado? Se meu blog estava precisando de algumas linhas, não vou me arriscar por agora.. sou daqueles que primeiro digere.
menina-mulher ou flor, eu fico com escritora.
beijo
amei!
é um prazer fazer parte desta linda patota de meninas-mulheres pandas.
brilho no olhar, abraços apertados, vinho e muito bom papo.
tchi amu rs
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