terça-feira, 15 de setembro de 2009


Querida Natalinda,
Ontem entrevistei o Arnaldão.
Foi no escritório dele, pertinho da Fnac. Estava chovendo, era no meio da manhã - quase nunca tenho pautas de manhã, por causa do fechamento - e eu estava atordoada com celular, gravador etc e tal. Mas sabe aquele lugar que te é familiar, por alguma razão? Foi isso. Então enquanto eu falava com a assessora dele e, ao mesmo tempo, ligava para o fotógrafo, já fui entrando na cozinha ( Oi Marilia, folga?), me servindo de café, quando ele apareceu.
É engraçado esse negócio de falar com pessoas assim, tão evidentes. Dá uma sensação tão doida. Sei lá, parece que eu já conheço o Arnaldo Antunes, sabe? É como se eu tivesse sentado com ele, Marisa e Carlinhos juntos - nos tribalistas naquele clima ‘lá em casa’. Parece que, por alguma razão, eu entendo a amizade que ele mantém com os Titãs até hoje. Mas te confesso Nata, tava meio insegurinha com essa entrevista. Não sei se é aquela voz grossa dele que me assusta ou o fato de eu gostar das letras admirar o trabalho... sei lá. A gente sempre precisa do colo jornalístico, né?
Pilulinhas pandísticas à parte, logo que sentamos na sala, cheia de quadros dos tempos de titã, discos de platina (lembra deles?) e cacarecos ... a coisa fluiu. Logo adotei a postura “mesmo com essa cara de menina, sou repórter”. E sabe Nata, apesar do vozeirão, ele é bem sorridente. E inteligente, né? Falou de arte sem a menor postura pedante. Adoro. Como diria a minha chefe: “A Marilia volta das entrevistas sempre com essa cara de satisfação”. Fazer o quê, sou filha da minha mãe que sempre se disse uma ‘maria -sem-vergonha’ : só precisa de um pouco de luz pra sair brotando por aí. That´s me.
Achei uma graça que ele, com toda a pinta de poeta concreto e rockeiro, faz um monte de coisas para os filhos. Além do CD “pequeno cidadão”, escreveu um livro só com as frases filosóficas do filho, quando tinha 3 aninhos. Gente, dá pra aguentar?
Aí, falando do Cd Novo, iêiêiê, que ele me confessou. Tem uma música que ele escreveu pra vc, Nata. Foi depois de um papo que vcs tiveram, em pleno Born, num verão catalão. Ele me disse: “conversei com a Nataly sobre essa coisa de ir embora, se sentir distante, fora ... aí nasceu a canção longe”. Contei pra ele que vc tava em SP – por pouco tempo – e ele te mandou um beijo enorme. Falou até para gente combinar de tomar um suco no Açaí novo que tem ali na Natingui, vc topa? Sabe cumé, né amiga, é morador da Vila Madalena, difícil arredar o pé de lá ...
Besote grande,
Mazi

4 comentários:

Anônimo disse...

Mazolinha, vamos sim marcar esse suco de graviola. O Arnau, é fofo mesmo, e assim com o nome traduzido para o catalão, se apresentou na nossa mesa,fiquei na minha, só sorri de lado, e ele sacou que eu era brasileira na hora.
Obrigada Arnau!
Mazol, o amor aqui no meu peito só cresce. Que bom que estamos perto.
LOBBYYYY.
Nataly

Anônimo disse...

texto tão bonito que equivale a um abraço.

=*

mariana.

M. disse...

vontade de te apertar!

Lu Seleme disse...

ai, tava precisando dar uma respirada voltei aqui!
amo tanto.
grazzie