sábado, 14 de novembro de 2009

Às vezes eu sonho e é sempre o mesmo sonho. Eu ando por um bairro que parece os invalides, em Paris. Só parece, não é. Meu quintal tem cheiro de Lavanda. E a minha casa é um pouco bagunçada. Mas de uma desordem gostosa. Emcima da geladeira fica um bule vermelho, antigo. Herança das férias em Aiuruoca com minha avó Arlete. E no meu sonho tem aquela luzinha especial, sabe? Você sabe de qual luz eu falo. Aquela meio douradinha que faz uma sombra suave. E não há papéis. Contas, multas, burocracias. Os únicos papéis são os dos bilhetes passados por baixo da porta. As minhas janelas são meio velhas. Custam a fechar e abrir. O ramo de pimenta fica na entrada da cozinha. É um ninho. E eu ando pela vizinhança. Nos cantinhos, memórias saborosas do Brasil : artesanatos de uma viagem para o interior de Pernambuco, farinha de fubá, uma foto do pé da Teresa. Os remédios ficam numa lata antiga, com cara do século passado e o meu vizinho assobia toda vez que me vê: "Cristo redentor, braços abertos sobre a Guanabara...". E eu estou tranquila. Nem muito nem pouco. Calma, só. Com um pouco de saudade, mas calma.
Just how it should be.

2 comentários:

re disse...

lindo!!!

Uma Ju disse...

que delicia de sonho, mazi, meu amor.
sau...sempre, enfim.