quarta-feira, 21 de outubro de 2009

"Que dá medo do medo que dá"

É o que diz a música do Lenine. Sou mega medrosa. E esse vai para os que são como eu, cheios de medinhos.
Do avião na hora que sobe, dos olhares tortos nas esquinas, de assalto, cachorro bravo. Medo de chuva muito forte dessas que alaga a rua, de perder a chave de casa, de comer comida estragada. Medrosa, eu? Imagina. Medo de nunca mais sentir paixonite, de perder o fôlego na hora certa. Medo de não agradar, de ser grossa, desrespeitosa. De quebrar mão, pé, cabeça. Medo de ficar estagnada. Medo dos bêbados que grudam. Dos loucos que acham na gente, aquilo que procuram no universo. Medo de não conseguir nunca ficar quieta, inteira, de não aceitar o que tem. Medo de ser engolida pelas proprias contradições, pelos fantasmitas que visitam em noite de insônia. Medo de não conseguir nunca dizer não. Medo de esse post parecer a Regina Duarte dizendo "tenho medo". Medo de perder o bom-humor, a energia. De esquecer as letras das músicas que estão na ponta da língua. De inveja, doença, morte. Dos mais infantis aos mais psicanalíticos. Da brincadeira do copo, da Convenção das Bruxas, de escorpião e dos escorpianos. De exagerar nas estampas e cores, de ser clichê, superficial. Medo de parecer arrogante. Ou fútil. Infantil, metida. Fofa demais, fofa de menos. Medo de perder o tom das coisas, de deixar escapar pessoas significativas. Medo de machucar quem não merece. De ser arranhada por unhas alheias. Medo de ser dominada pelo ciúme. De descontar na pessoa errada, de se frustrar demais. Medo de desistir, voltar atrás. De não conseguir tomar decisões sérias, de ir no DETRAN, de ficar perdida em bairro desconhecido, de pensar maldades bem maldosas, de andar de bicicleta em SP. Medo de energia ruim, de gente sem caráter. De ser medrosa demais.

5 comentários:

disse...

Ma, querida. Que delicia de texto. Como é bom nao ter medo de confessar nossos medos, né? Bom saber dos seus. Alivio! Tinha medo de que meus medos fossem só meus.

Renata Megale disse...

medo de chuva, de atravessar a rua, de perder, de ser perdida, de não sentir, de viver, de não viver, de falar errado, de parecer burra, de esquecer o inesquecível.
de doença, de bomba atômica, de acabar o mundo, de aranha, de cobra, de mar bravo, de .... tanta coisa...
mas é normal, né? senão não seria real. senão não seria o que é.

Anônimo disse...

Eu tenho medo do amor, tenho medo do amor que sinto e não queria sentir...
Mas como já dissera :
''Não há no mundo lei, que possa condenar, alguém que a outro alguém deixou de amar.''
Tenho medo de ser desejada só por pena...

nataly disse...

Mazola! Eu tenho pânico da brincadeira do copo, medo de começar texto novo, medo de morrer e medo de deixar posts bobocas como esse, mas é só pra dizer mais uma vez que I LOBBY YOU. Ah disso eu não tenho medo nãaaao!

Fanzine Episódio Cultural disse...

VEJA BEM
*Robson Leal Pereira

Enquanto tantos gastam desmedidamente
Comprando coisas sem importância,
Há quem não tenha onde morar
E nem ao menos o que comer.

Pessoas correm para baixo e para cima
Orgulhosas de suas vidas vazias
Querendo mais, sempre mais
Dinheiro, poder, reconhecimento
Vivendo num mundo de aparências.

Tais pessoas vivem angustiadas
E nem sabem o que é ter paz
O que é amor, sentir alegria
Não experimentaram ainda
O doce sabor da felicidade.

Há quem não tenha o que vestir
Há quem não tenha onde morar
E nem ao menos o que comer;
Mas são felizes de alma
Pois têm a maior riqueza que se pode ter:
Jesus Cristo no coração.

* Poeta, ator e dramaturgo machadense