segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Prometo que vou ficar quieta

Como posso falar disso tudo a você, menina solene, mimada pelo aborrecimento do universo, sem criar uma barreira de resistência enorme? Como te dizer que você, amiga, continua a responder à urgência da felicidade do mundo com uma ansiedade sem precedentes? Seu sorriso, minha querida, tem a candura generosa de quem olha para o outro e não reconhece o próprio assoalho de sentimentos destrutivos. E eu, amiga, amiga- mãe, amiga-onça, amiga-leoa - preciso de palavras novas. De uma língua muda, expressões que sejam escritas em silêncio e lidas com a intensidade de um coração rasurado. Palavras que te curem da cegueira - que não cerra os olhos, mas os deixam abertos para a dor. Ou palavras, que no mínimo, me tirem essa preocupação da cabeça. Antes você vertesse em lágrimas de raiva a ficar com essa expressão de quem faz da infelicidade, pouco a pouco, sua almofada. Minha querida, eu sei que cada um tem seus segredos e seus espinhos afetivos, mas me arrepia ver você se entregar à filosofia daqueles que são condenados à própria forca. Eterna caçadora de luz, você merece aquele tempo - coleção de instantes suspensos - com acordes de Chico Buarque e gostinho de amora roubada do vizinho.
Mas a gente mesmo, no comum, não sabe encontrar e muito menos ensinar esses caminhos de cachoeiras perdidas.
Um beijo carinhoso.

2 comentários:

Anônimo disse...

Li mais de 3x e achei milhões de saídas para milhões de explicações. Um pouco para mim, um pouco para ele, um pouco pra alguém que nem conheço.
Gostaria de saber a verdadeira.
Aquela q passou na cabeça da escritora.
Agora me deixa apenas a imensidade de pensamentos vagando.
Beijos e Obrigada

Uma Ju disse...

nossa, mazi, quanta delicadeza e verdade, juntas.
lindo, não?
como vc consegue, baby?
amo amo amo, apesar da mega-ausência.